O consórcio de viagens é uma excelente opção para quem quer viajar e tem dificuldade de se planejar financeiramente ou para quem não tem o costume de guardar dinheiro. A modalidade vem ganhando força no Brasil.
No ano passado, de acordo com uma pesquisa feita pela assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o segmento de consórcio de serviços (o qual abrange festas, cirurgias, viagens, dentista, entre muitos outros) apresentou crescimento de 83% no total de participantes ativos entre junho de 2016 e junho de 2018, superando as expectativas do setor. Um dos responsáveis por estimular esse desenvolvimento foi o consórcio para viagens.
Como fazer um consórcio para viagens?
Em linhas gerais, o consórcio é uma maneira de conseguir crédito sem o pagamento de juros, funcionando por meio de depósitos mensais realizados por um grupo que tem um interesse comum. A essência é sempre a mesma, inclusive quando o assunto é viagem.
No consórcio de viagens, o cliente escolhe o valor da carta de crédito, ou seja, o montante de dinheiro de que precisa para viajar e em seguida a administradora abre um grupo com pessoas que possuem o mesmo objetivo.
O próximo passo consiste em os participantes começarem a pagar as parcelas durante o período previsto em contrato (geralmente, vai de um a quatro anos).
Odair Bellentani, diretor comercial do Banneg, Banco de Negócios (franquia especializada em soluções financeiras) explica que neste momento a administradora passa a fazer a gestão desse dinheiro e dos sorteios.
“Quando uma pessoa é sorteada, ela recebe a carta de crédito no valor solicitado e segue pagando as parcelas mensalmente até o final do período. E no programa sempre tem os mais ansiosos, e que não querem esperar os quatro anos para viajar. Por isso, além do sorteio, o consórcio possibilita que o participante dê um lance e consiga a carta de crédito antes. Nesse caso, quem oferecer mais dinheiro leva a carta de crédito”, explica.
O diretor revela ainda, que em alguns consórcios, o lance vencedor é de quem antecipou o maior número de parcelas do pagamento.
Como acontece?
Ao fechar o contrato, o cliente recebe um boleto para pagar as parcelas que não têm juros, porém, existe uma taxa para a administradora – que, inclusive, conta com reajustes anuais conforme alguns índices, como, por exemplo, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Quando a pessoa é sorteada, ela escolhe o destino, a agência de viagens, realiza o processo de compra e informa a administradora. Esta, por sua vez, paga o valor diretamente para a empresa contratada.
Portanto, o dinheiro da carta de crédito não vai para a conta do participante. E se o contemplado precisar esperar um pouco até ele definir o destino, o valor da carta de crédito fica em uma poupança.
“Existe uma questão muito importante que sempre reforçamos que é a seguinte: se o pacote de viagem desejado tiver um valor menor do que o da carta de crédito, essa diferença poderá ser usada para quitar as demais parcelas. Mas se o valor da viagem for superior, ai o cliente terá que pagar a diferença”, explica o Odair Bellentani, diretor comercial do Banneg.
Odair enumera ainda, as vantagens do consórcio para viagem: “O consórcio é pago em parcelas, mas a viagem é à vista (com a carta de crédito), ou seja, o cliente pode conseguir muitos descontos dessa forma, ele também tem valores menores do que no parcelamento em agências de viagem, possui número maior de parcelas com valores menores e a taxa administrativa é menor que a comissão das agências” comenta.
“O consórcio de viagem é uma alternativa muito bacana para famílias, casais ou até para uma viagem a só. Porém, vale ressaltar que é voltada mais para quem gosta de se planejar, já que existe todo o processo de contemplação”, finaliza.