Viajar sozinha pode ser libertador e extremamente desafiador ao mesmo tempo. Sabemos que ser mulher nos dias atuais consiste em uma luta diária por direitos e oportunidades. Observamos muitos casos de mulheres viajando sozinhas que passam por assédio, contratempos e dificuldades. Mas, porque ainda recomendamos ter essa experiência?
Marianna e Marcella Pacca, blogueiras e influenciadoras digitais do Segredos de Viagem, comentam que se permitir viajar sozinha já é um ato de coragem, principalmente para alguns destinos no mundo, como o Oriente Médio, por exemplo.
“Não gostamos de romantizar a experiência, mas acreditamos que viajar sozinha deve ser considerado uma conquista feminina, principalmente pelo preconceito que ainda vivemos em muitos países no mundo. Ele é real e deve ser combatido”, explicam.
Pensando no assunto, Marianna e Marcella Pacca reuniram as principais dificuldades e o lado positivo de viajar sozinha.
Preconceito real
Quando começamos a planejar uma viagem, optar por viajar sozinha já abre margem para os familiares serem os primeiros a indagar porque não levar um parceiro ou um amigo junto.
É comum ver uma estranheza até na recepção do hotel ou em um passeio que vai fazer durante a viagem. As pessoas têm medo e zelam pelo viajante solitário e se, é mulher, a preocupação é muito maior.
O que acontece é que muitas mulheres deixam de ter essa experiência pelo julgamento que tem logo no início de pensar em planejar uma viagem.
“Já perdi as contas de quantas vezes me perguntaram porque estou indo para uma viagem sozinha. Hoje que estou casada ouço ainda mais essa preocupação. A gente sabe que a pessoa não faz por mau e usa esse pretexto para começar uma conversa ou se mostrar solidário”, comenta Marcella.
Atenção na definição do roteiro
Ao optar por viajar sozinha, a definição de roteiro tem que ser estudada sob diferentes óticas. É importante que a viajante preste atenção em passeios e destinos mais amigáveis para viajar sozinha, para ficar mais tranquila, principalmente nas primeiras viagens solo.
Por mais que a viajante tenha interesse em quebrar padrões é importante, nas primeiras experiências, optar por destinos que sejam mais abertos ao fato de uma mulher estar viajando sozinha: Portugal, Bali e Canadá são alguns dos destinos recomendados para explorar sozinha pela primeira vez.
Risco de assédio
O assédio, infelizmente, acontece todos os dias com milhares de mulheres no Brasil e no mundo. Portanto, em viagens, as mulheres também estão expostas a esse risco real.
Um ranking divulgado pela Thomson Reuters Foundation coloca alguns países como os piores do mundo para mulheres, tendo a Índia como primeiro colocado e os Estados Unidos aparecendo em 10º. Independente do destino, há que se ter o cuidado de sempre, para evitar atos de assédio.
“Eu resido nos Estados Unidos, em Washignton, onde considero um local seguro para se viajar sozinha, mas sabemos que o assédio ainda existe em qualquer lugar e infelizmente não pode ser ignorado. O mesmo cuidado que temos no Brasil, temos que ter fora, e usar de toda nossa intuição – que já está muito bem treinada pelo simples fato de sermos mulheres – para nos prevenirmos contra atos indesejados” comenta Marianna.
Autoconhecimento
Ao se planejar e se permitir viajar sozinha, o autoconhecimento antes, durante e após a viagem é enriquecedor. Cada viagem e experiência proporcionam um crescimento muito interessante na mulher, que opta por viver essa experiência.
Apesar de alguns contras existiram, quando bem planejada, uma viagem sozinha pode ser o divisor de águas na vida de uma mulher e empoderá-la a tomar as rédeas da própria vida e se permitir mais.
Experiências diferentes
Quando viajamos com o parceiro ou amigos, a percepção da viagem é totalmente diferente de quando se viaja sozinha. Ao viajar sozinha (e isso vale tanto para homens e mulheres) estamos mais abertos a conhecer novas pessoas e experimentar coisas diferentes.
A visão que a viajante terá após esse processo será extremamente diferente, pois ao viajar sozinha abre-se os horizontes e melhora-se a forma de conduzir, planejar e viver a viagem. Basta se permitir viver o novo e se autoconhecer.