No último dia 28 de abril, a Casa Roberto Marinho completou dois anos de atuação na paisagem cultural do Rio de Janeiro. Em virtude da pandemia do novo coronavírus e das consequentes medidas de isolamento social, o instituto segue fechado ao público por tempo indeterminado.
Para celebrar a data, a equipe da Casa criou uma série de ações digitais. Elas incluíram depoimentos gravados em vídeo com artistas, curadores e personalidades que fazem parte da escrita da instituição.
Beatriz Milhazes, Beth Jobim, Iole de Freitas, Leonel Kaz, Luiz Áquila, Macia Mello, Maria Bonomi, Paulo Climachauska e Paulo Venancio são alguns entre os muitos que participaram da programação especial em homenagem à data.
O casarão rosa neocolonial de 1939, que teve por referência o Solar de Megaípe (construção pernambucana do século XVII), foi inaugurado em 2018 com a exposição “Modernos 10, Destaques da Coleção”. O evento apresentou ao público 124 obras da Coleção Roberto Marinho.
De lá pra cá, o instituto situado no Cosme Velho, zona sul do Rio, recebeu 104 mil visitantes e firmou-se como um importante centro de referência em modernismo brasileiro, dos anos 1930 e 1940, e em abstração informal, dos anos 1950.
Os jardins originalmente projetados por Burle Marx, em franja da Floresta da Tijuca, inspiraram a mostra aberta em dezembro do ano passado. Ela segue montada no térreo do instituto, reunindo múltiplos de 11 artistas contemporâneos. Entre eles: Angelo Venosa, Carlito Carvalhosa e Regina Silveira.
Com mais de 1.200m² de área expositiva, a Casa Roberto Marinho já realizou oito exposições. Algumas delas em parceria com outras instituições, como foi o caso de “Djanira: a memória de seu povo”, coproduzida com o MASP, em 2019.
A coletiva “Oito décadas de abstração informal”, montada em parceria com o MAM de São Paulo, foi premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte na categoria de melhor exposição nacional de 2018.
Visando o fortalecimento dos vínculos durante o período de quarentena, a Casa Roberto Marinho segue levando arte ao público através de suas redes. Vídeos das palestras do ciclo ‘Olhares Modernos’, realizado pelo instituto em junho de 2018, sobre as obras de Guignard, Pancetti e Ismael Nery, vêm sendo compartilhados no Instagram.
Neles, os críticos e curadores Frederico Morais, Paulo Sergio Duarte e Paulo Venancio Filho contam curiosidades sobre as obras e as trajetórias dos três expoentes do modernismo.
Entre os conteúdos digitais propostos pela casa, durante a quarentena, estão também a veiculação de uma série (realizada pelo Canal Philos) de entrevistas com artistas que já expuseram na Casa. São nomes como Anna Bella Geiger, Carlos Vergara e José Bechara.
Agradam aos seguidores as postagens com destaques da Coleção Roberto Marinho. Elas são apresentadas com informações e curiosidades sobre obras e artistas, como é o caso do óleo sobre tela “O Touro (paisagem com touro)”, 1925, de Tarsila do Amaral.
A equipe de Educação do instituto também permanece atuante e criou uma série de proposições para as famílias. A partir de materiais singelos, disponíveis em casa, as atividades apresentadas (sempre às sextas-feiras) estimulam a percepção do público infantil, intensificam os vínculos entre as famílias e reforçam a necessidade do isolamento social.
Assim que possível, a Casa Roberto Marinho espera reabrir as portas e retomar suas diversas atividades. O local irá seguir as orientações dos órgãos de saúde, priorizando a máxima segurança do público e de seus funcionários.
Fontes: Crio.Art e G1
Serviço
Instituto Casa Roberto Marinho (atualmente fechado)
Rua Cosme Velho 1105 – Rio de Janeiro – RJ, tel: (21) 3298-9449
Site: www.casarobertomarinho.org.br; Instagram: @casarobertomarinho