Quando o assunto é Copa, não se pode deixar de falar em cerveja, paixão nacional. No campeonato de 2018, entre junho e julho, essa categoria conquistou mais de 550 mil novos consumidores em relação aos mesmos meses de 2017, e o consumo fora do lar representou 64% dos gastos com a bebida em valor.
O consumo de cerveja fora de casa, aliás, vem conquistando mais espaço com a volta das atividades sociais e fim das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. O número de consumidores cresceu em relação ao pré-pandemia.
No 1º semestre deste ano já eram 3 milhões a mais, e um crescimento de 23,8% de unidades da bebida vendidas nesse período em relação a 2021, ficando assim apenas 2,9% abaixo do mesmo intervalo de 2020. Já a frequência de consumo fora do lar entre janeiro e junho de 2022 cresceu expressivos 78% em relação a 2021, quando ainda vivíamos o isolamento social, mas ainda está 14% abaixo do período pré-pandemia.
“Somando esse movimento de retomada de consumo fora de casa, um evento das proporções da Copa do Mundo em uma época de calor no País e período de confraternizações, tem-se assim a equação perfeita para o mercado cervejeiro”, comenta Hudson Romano, gerente sênior de consumo fora do lar da divisão Worldpanel da Kantar.
Entre os alimentos indulgentes, a categoria de sorvetes conquistou mais de 1.1 milhões de novos consumidores na Copa do Mundo de 2018, em junho e julho, na comparação com o mesmo período de 2017; pães industrializados registraram 770 mil novos consumidores, batata congelada e sobremesa em pó tiveram mais de 500 mil e hamburgueres mais de 380 mil novos consumidores.
Já no final do ano (novembro e dezembro de 2018 em comparação com os mesmos meses de 2017), essas categorias seguiram com boa evolução: sorvete conquistou mais de 1.1 milhões de novos consumidores; pão industrializado +1,3 milhões, batata congelada +440 mil e hamburguer +830 mil. Houve ainda significativo avanço de proteínas alternativas e com bom custo benefício, como linguiça, com +600 mil, e empanados, com +440 mil novos consumidores, as quais, no momento econômico em que vivemos, podem ser boas apostas para consumo na Copa de 2022.
O desafio para esta Copa, no entanto, está no preço. As categorias mais beneficiadas com o evento de 2018 tiveram aumento médio de preço na casa dos 7%. Apesar de os auxílios governamentais trazerem boas perspectivas para o consumo neste final de ano, marcas e varejistas terão desafios com um bolso mais apertado e preço médio crescendo 19%.
Os dados apresentados fazem parte do relatório trimestral Consumer Insights da Kantar, que contempla 11.300 lares brasileiros de todas as regiões e classes sociais do país. A amostra representa 59 milhões de lares do Brasil.