Focado no desenvolvimento do turismo nacional por meio do empreendedorismo afro, o ministro do Turismo, Celso Sabino, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, assinaram, no dia 25 de janeiro, dois acordos com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), que permitirão assim a produção de um guia para quem deseja investir no país e um para a internacionalização de empreendimentos de afroturismo no País.
O Guia “UNWTO Tourism Doing Business” é feito de forma específica em cada país e já está disponível na Colômbia e na República Dominicana, com uma série contínua de relatórios que destacam o clima atual de investimento do país, as oportunidades em turismo e informações e orientações sobre os benefícios e as condições para o investimento estrangeiro direto naquele lugar, em várias dimensões.
A cooperação técnica, denominada “Afroturismo no Brasil: desenvolvimento étnico-territorial impulsionado pela internacionalização da oferta turística de empreendedores”, visa promover o conhecimento das melhores práticas de turismo reconhecidas internacionalmente. O texto prevê ainda a identificação da oferta de Afroturismo no Brasil para a promoção internacional.”É uma prioridade do Presidente Lula aproximar o Brasil da África em busca da valorização da nossa ancestralidade e mostrar dessa forma ao mundo nossa cultura, tradições e culinária”, afirmou o ministro.
O conceito de afroturismo valoriza o protagonismo do empreendedor afro e se refere à incorporação de experiências turísticas que envolvem a celebração da cultura, da história e das vivências da população afrodescendente.
A cooperação técnica corresponde a US$ 150 mil (em torno de R$ 730 mil) e prevê a criação de um Mapa de Afroturismo no Brasil, a elaboração de um documento a ser trabalhado junto ao segmento turístico com boas práticas, com ênfase em afroturismo e turismo étnico, a capacitação sobre o assunto com empreendedores e líderes dos setores público e o desenvolvimento de um Plano Estratégico para a Promoção Internacional do Afroturismo.
Para Freixo, o afroturismo é eixo central para promoção de novas experiências. “É um segmento compatível com o que o século XXI exige de nós – sermos antirracistas, valorizando e respeitando portanto a cultura da população afrobrasileira. Promovê-lo colabora no processo de resgate da história e valorização da cultura, mas também é um grande negócio, que gera emprego e renda, e empodera assim empreendedores negros”, destacou.
Segundo ele, o acordo contribuirá dessa forma para a ampliação da chegada de turistas estrangeiros interessados em viver experiências de afroturismo no Brasil, visitando locais-referência, como quilombos, terreiros, escolas de samba, blocos afro, festivais de música e artes.
O CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe – tem como missão impulsionar o desenvolvimento sustentável e a integração regional, por meio do financiamento de projetos nos setores público e privado, fornecendo cooperação técnica e outros serviços especializados. Constituído em 1970 e composto atualmente por 21 países – 19 da América Latina e do Caribe, junto com Espanha e Portugal – e 13 bancos privados, é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimento para a região.