Comunicado da Presidência da República, do dia 10 de janeiro, informou que o governo federal não exercerá seu poder de veto (golden share) à negociação em andamento entre as companhias de aviação brasileira Embraer e norte-americana Boeing. Elas devem formalizar a criação da nova empresa que surgirá a partir da parceria.
A nova companhia será formada a partir do ramo de aviação comercial da Embraer. A Boeing pagará US$ 4,2 bilhões (o equivalente a R$ 15,8 bilhões) por 80% do capital da empresa. Os restantes 20% ficarão sob o controle da Embraer.
Além desse negócio principal, as empresas também chegaram a um acordo sobre os termos de formação de uma segunda joint venture. O objetivo será promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390, de uso militar, desenvolvido pela Embraer. De acordo com a parceria proposta, a Embraer teria 51% de participação na parceria e a Boeing, os 49% restantes.
A empresa brasileira seguirá atuando independentemente da Boeing em aviação executiva e de defesa e segurança (excluindo o projeto KC-390).
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A formalização deve acontecer no final do ano
Ainda sob questionamento do Ministério Público do Trabalho, que tenta junto à Justiça barrar o negócio, a parceria precisará ser aprovada também pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e por órgãos de defesa da concorrência dos países em que as duas atuam. A expectativa é a de que a formalização da parceria estratégica aconteça até o final deste ano.
“Com a liberação do negócio pelo governo federal, e a consequente aprovação do Conselho de Administração da Embraer, a tendência é a de que a consolidação da nova companhia se dê naturalmente, sem restrições. Se trata de um segmento de atuação muito específico, em que não deve haver questionamentos quanto à defesa da concorrência”, afirma Robertson Emerenciano, especialista em Fusões e Aquisições e sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados.
“A parceria tende a fortalecer a indústria aérea nacional. Vamos ter maior compartilhamento de conhecimento e mais acesso a tecnologias. Especialmente, tendo em vista que seguirão em solo nacional fábricas da nova organização”, conclui.