Buenos Aires não é a “cidade das paixões” à toa. A capital argentina é ideal para os turistas que buscam tanto sentir como desfrutar das expressões autênticas de amor. Na cidade prevalecem o respeito pela diversidade e a empatia sobre as manifestações pessoais.
Ao mesmo tempo, a noite de Buenos Aires, com seus bares, botecos e pistas de dança, é um grande tempero para uma comunidade ativa 24 horas por dia e sete dias da semana.
É por essas e outras que a cidade de Buenos Aires tem se consolidado nos últimos anos como destino turístico urbano preferido da comunidade mundial LGBT na América Latina.
Separamos quatro motivos que mostram por que a capital argentina está na vanguarda das leis LGBT.
Matrimônio igualitário
Na Argentina, a Lei do Casamento Igualitário é uma realidade. Ela dá aos casais LGBT os mesmos direitos e serviços sociais que o resto da sociedade. Em 2010, o Senado aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assim, a Argentina é o primeiro país da América Latina a legitimar o casamento gay.
Identidade de gênero
Em Buenos Aires, foi aprovada em 2012 a Lei 26743, que reconhece o direito a uma identidade de gênero autopercebida. A legislação também determina que mudanças de registro e intervenções cirúrgicas e hormonais devem ser realizadas com a mera vontade da pessoa. É a única lei de identidade de gênero no mundo que, de acordo com as tendências do assunto, não patologiza a condição trans.
Contra a discriminação
Em 2015, a Lei 5261, conhecida como Lei contra a Discriminação, foi promulgada na Cidade de Buenos Aires. Ela estabelece uma longa lista de pretextos discriminatórios. Entre os quais se incluem a orientação sexual e a identidade de gênero. A partir dessa legislação é possível receber denúncias de violação de direitos.
Marcha do orgulho LGBT
A Marcha do Orgulho LGBTIQ de Buenos Aires é uma manifestação realizada anualmente na capital da Argentina. Ela busca a igualdade de direitos para as pessoas e é o principal ato público da comunidade LGBT no país. Foi realizada pela primeira vez em 1992. O evento é no primeiro sábado de novembro de cada ano, em homenagem à criação do Nuestro Mundo, o primeiro movimento homossexual da Argentina.
Quatro espaços que você deve conhecer em Buenos Aires
Casa Trans (Av. Jujuy 1343, San Cristóbal)
Desde junho de 2017, Buenos Aires sedia a primeira Casa Trans na Argentina. É um espaço de contenção, sociabilidade e proteção de direitos voltados à população trans. Ele presta serviços a toda a comunidade, oferecendo capacitação em ofícios, atenção à saúde, orientação jurídica e espaços recreativos. Possui também uma sala multiuso para oficinas, cursos e outras atividades.
Casa Brandon (Luis María Drago 236, Villa Crespo)
A Casa Brandon é a sede da “Brandon pela Igualdade de Direitos e Oportunidades, Associação Civil e Cultural”. É uma mistura de centro cultural, bar, sala de exposições, sala de concertos, teatro e muitas outras coisas. Mas, acima de tudo, Brandon é um enclave da cultura LGBT. Ela inclui todos os grupos do coletiva e tenta todos os dias expandir ainda mais suas fronteiras.
Estación Carlos Jáuregui (Av. Santa Fe com a av. Pueyrredón, Recoleta)
Carlos Jáuregui é uma estação de metrô da cidade de Buenos Aires pertencente à linha H. O nome homenageia um dos principais ativistas do segmento LGBT do país. Ele está localizado na intersecção das avenidas Santa Fe e Pueyrredón, um canto emblemático da comunidade gay há décadas. O nome desta estação faz com que a cidade de Buenos Aires seja a primeira do mundo a ter uma estação com o nome de um ativista da diversidade sexual.
Club de Osos (Humberto 1° 1664, Constitución)
O clube foi fundado em 1997 com o objetivo de desmistificar o estereótipo do homem homossexual como uma pessoa magra, delicada e jovem. O local tem o formato de um clube de bairro e tem uma sala de festas, um pátio e uma piscina. Além disso, os ursos organizam torneios de vôlei e futebol, dias de solidariedade, palestras, leituras, debates sobre filmes e muitas outras atividades.