Selecionamos cinco livros sobre a cidade de São Paulo para você conhecer a maior metrópole brasileira de forma diferente. A viagem será através das histórias contadas por autores de livros conhecidos da literatura brasileira. São nomes como Roberto Pompeu de Toledo, Lígia Fagundes Teles e Marco Antônio Villa. Veja a seguir um resumo dos livros.
Das terras bárbaras
O que pode ligar um jesuíta do século XVII a um jovem diplomata dos nossos dias? Muita coisa, sobretudo se o funcionário for descendente do padre. Das terras bárbaras conta o sofrimento do jesuíta Diogo Vaz de Aguiar, seus percalços e deleites no Novo Mundo.
Entre seus fabulosos personagens, há vários históricos, e as pessoas verídicas daquele tempo emprestam realismo a uma narrativa de muitas guinadas. Das terras bárbaras não é apenas repleto de surpresas, mas tem cheiro, gosto, cores e sons do Brasil seiscentista, do Portugal barroco, da África colonial, da São Paulo metrópole, da Lisboa moderna e até de Brasília. É um romance sobre arrebatamentos e temores de todos os tamanhos. Publicado pela editora Tordesilhas.
A capital da solidão
Numa narrativa envolvente e reveladora, o leitor é convidado a conhecer momentos cruciais da trajetória da cidade que, por mais de uma ocasião, esteve ameaçada de penosos retrocessos, senão de extinção, por motivo do abandono dos moradores, da precariedade de recursos e do que por vezes pareceu uma irremediável falta de futuro.
O destino de São Paulo, ao longo dos três primeiros séculos de existência, foi de isolamento e de solidão. Em 1872, os primeiros sinais de prosperidade começavam a visitá-la, por conta da riqueza trazida pelo café. Mas ainda assim a população de pouco mais de 30 mil habitantes a situava numa rabeira com relação às demais capitais brasileiras.
Em 1890 já tinha dobrado de tamanho. O momento em que finalmente engrena é súbito como uma explosão – na passagem do século XIX para o XX, a cidade se transformou num aglomerado de gente vinda de diferentes partes do mundo e começou a virar a São Paulo que se conhece hoje. Publicado pela editora Objetiva.
As meninas
Num pensionato de freiras paulistano, em 1973, três jovens universitárias começam sua vida adulta de maneiras bem diversas. A burguesa Lorena, filha de família quatrocentona, nutre veleidades artísticas e literárias. Namora um homem casado, mas permanece virgem.
A drogada Ana Clara, linda como uma modelo, divide-se entre o noivo rico e o amante traficante. Lia, por fim, milita num grupo da esquerda armada e sofre pelo namorado preso.
As meninas colhem essas três criaturas em pleno movimento, num momento de impasse em suas vidas. A história transita com notável desenvoltura da primeira pessoa narrativa para a terceira, assumindo ora o ponto de vista de uma ora de outra das protagonistas.
Num dos seus livros mais impactantes, Lygia Fagundes Telles constrói um romance pulsante e polifônico, que capta como poucos o espírito daquela época conturbada e de vertiginosas transformações, sobretudo comportamentais. Publicado pela Companhia das Letras.
São Paulo nas alturas
Nos anos 1950, uma grande transformação ocorreu em São Paulo: arquitetos modernos passaram a ser mais requisitados por uma renovada indústria imobiliária.
Em pouco mais de 10 anos, foram criados os mais icônicos edifícios da cidade, graças à aliança de arquitetos talentosos, como Niemeyer, David Libeskind Franz Heep, com empreendedores audazes, entre eles Artacho Jurado, Octavio Frias de Oliveira e José Tjurs.
Em São Paulo nas alturas, Raul Juste Lores reconstitui esse importante período, apresentando a surpreendente trajetória de seus principais personagens, mulheres e homens que deram rumo novo à arquitetura, à construção e à vida urbana no Brasil. O livro traz também 98 fotos e um guia dos prédios em São Paulo. Publicado pela editora Três Estrelas.
Quando eu vim-me embora
Entre as décadas de 1930 e 1980, milhares de pessoas abandonaram a terra onde nasceram e foram para outro estado – que, para elas, era como se pertencesse a outro país: São Paulo era outro mundo, tinha outra forma de organização, de lutas, de sociabilidade, de trabalho e até mesmo de falar o português.
Com seu estilo coloquial e direto e uma narrativa envolvente, sem perder o rigor com os fatos, Marco Antonio Villa, autor dos best-sellers Mensalão, Ditadura à brasileira e Um país partido, oferece aos leitores a voz não do narrador, mas dos próprios migrantes: são eles que relatam a viagem no pau de arara, a chegada à capital paulista, a dificuldade de adaptação, os empregos, a melhoria de vida, a educação dos filhos, a construção da tão sonhada casa própria. Também estão presentes as reações, os exemplos de solidariedade, as angústias e as alegrias. Publicado pela editora Leya Brasil.