Conhecer templos sagrados ao redor do mundo não é um programa apenas para quem tem alguma religião. Esse tipo de turismo também atrai quem se interessa por arquitetura, cultura e costumes.
Afinal, templos são sempre lugares onde se pode conhecer parte da história local. E a Ásia é uma espécie de paraíso dos templos. O continente é berço de algumas das religiões com maior número de adeptos no mundo, caso do hinduísmo, por exemplo. Ali, os templos são locais de visitação quase que obrigatória para entender melhor a história do lugar.
Nepal
País com uma forte mistura étnica e religiosa em que diferentes grupos convivem na mais perfeita harmonia. Entre 70 e 80% da população é hindu, mas o budismo se faz muito presente.
Isso acontece devido aos tibetanos que se refugiaram no país após a invasão chinesa ao país, em 1959. Por isso, há um grande número de monges budistas ali. Não por acaso, também é budista o templo mais visitado.
Estupa de Boudhanath – Katmandu
Patrimônio Mundial da Unesco desde 1979, é considerada a principal atração e o mais sagrado templo fora do Tibete.
Foi construído na maior rota de comércio entre o Nepal e o Tibete, local de descanso e oração dos mercadores. Ao redor, existem mais de 30 monastérios, sendo o principal o Thrangu, localizado bem em frente e aberto à visitação.
Para os budistas, as formas das estupas com uma torre circundada por uma abóbada contendo relíquias budistas são representações arquitetônicas do cosmo.
A Estupa de Boudhanath, em especial, foi construída em uma plataforma branca chamada bahal. Ela possui três níveis e tem 120 metros de diâmetro e uma torre dourada de 36 metros de altura.
Na torre, encontram-se pintados representações dos olhos de Buda. Seguindo a tradição, é necessário andar em volta da estupa no sentido horário e girar os cilindros de reza também nesta direção.
Vietnã
Os templos do Vietnã, quando comparados aos dos países vizinhos, se mostram menos opulentos. Mas a riqueza de detalhes é um fator que impressiona.
A influência da China ainda é vista, apesar da expulsão dos chineses ser motivo de orgulho local. E não se esqueça de entrar descalço nos templos, como é costume no país.
Templo da Literatura (Van Mieu) – Hanói
Segundo o livro “A história completa do grande Viet Nam”, o Templo da Literatura foi construído pelo rei Ly Thanh Tong em honra ao pensador chinês Confúcio, no ano 1070. Há muitos templos com este mesmo nome espalhados pelo país, mas este é o mais famoso de todos.
A fama vem do fato de ele ter abrigado a primeira universidade do Vietnã, também chamada de Academia Imperial, a partir do ano de 1076.
Inicialmente, era destinada apenas ao ensino da nobreza. Mais tarde, o acesso foi liberado aos melhores estudantes do país. Os nomes dos 2313 que obtiveram a maior pontuação foram esculpidos em 116 telhas de pedra, das quais restam apenas 82, que se encontram expostas nos pátios do Templo. Reza a lenda que tocar estas telhas com formato de tartaruga, símbolo da longevidade no país, atrai a boa sorte.
Camboja
Ao pensar no Camboja, é praticamente impossível não vir à mente as formas icônicas deste lugar que já abrigou a sede do governo Khmer, entre os séculos IX e XV e foi o principal centro religioso da região. Sua importância é tamanha que está presente até na bandeira do país.
Complexo de Angkor – Siem Reap
Ao todo, o complexo possui mais de 400 quilômetros quadrados e figura na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco. É formado por milhares de construções, muitas delas em ruínas.
Entre os destaques está Angkor Wat, considerada a maior construção religiosa do mundo. Bem preservado, primeiramente foi erguido como templo hindu, dedicado ao deus Vishnu, e tornou-se budista depois. Inclusive é possível ver muitos monges budistas circulando por lá.
Cercado por um canal em formato retangular, o templo exibe altas torres, sendo a maior com 55 metros de altura e um rico trabalho de arte em alto relevo tanto no exterior quanto no interior, nas paredes dos seus corredores e salões.
Ao lado do Angkor Wat, está Angkor Thom, uma antiga vila onde ficava a residência real na época do império Khmer. O local abriga outro templo muito especial que encanta os visitantes: Bayon.
Ao todo, são 54 torres, cada uma com quatro faces de Avalokitesvara, conhecido como o Buda da Compaixão. E também 216 rostos e as soma dos numerais deste e do número de torres resultam em 9, um número sagrado no budismo.
Outro templo famoso no local é o de Ta Prohm. O que mais chama a atenção é o fato de ser um dos menos preservados, sendo que as ruínas foram tomadas por raízes de árvores que passam dos 30 metros, musgos e outras plantas. O local foi uma das locações do filme Tomb Raider, estrelado por Angelina Jolie, no papel de Lara Croft.
Tailândia
Localizado no centro histórico de Bangkok, dentro do Grande Palácio, antiga residência da família real, é considerado o mais importante templo budista da Tailândia.
Wat Phra Kaew – Templo do Buda de Esmeralda – Bangkok
Construído em 1792, com uma arquitetura espetacular, o Phra Kaew Morakot (ou Buda de Esmeralda), foi esculpido em um único bloco de pedra, com 45 centímetros de altura.
Não é permitido tirar fotografias e somente o rei pode tocar na estátua. Sendo assim, o monarca é o único que pode trocar seu manto, ritual que acontece três vezes ao ano – no verão, inverno e na estação chuvosa – como desejo de boa sorte ao povo do país.
Índia
O jainismo tem como principal regra a não violência a seres vivos. Seus templos mais importantes estão localizados no maior complexo da Índia, a cidade de Ranakpur.
Complexo de Templos Jainista de Ranakpur
O principal do complexo – e mais importante do país – é o Chaumukha Temple. A visita ao interior é realizada sem calçados e os visitantes não podem se aproximar do altar principal e nem tirar fotos.
Em outras partes, as fotos são permitidas, mas os seguranças estão atentos para que não sejam tiradas fotografias do altar.
Construído no século 14, em mármore branco, seu interior possui 1.444 colunas de pedra, todas adornadas com esculturas e diferentes das demais. Chama a atenção o fato de haver uma coluna torta, um erro proposital que alerta que nem tudo é perfeito.
Mais do que pura religião, a arte e a arquitetura dos templos asiáticos arrancam sorrisos e exclamações de admiração e que convida a uma viagem interior. Namastê!