O mundo passa por uma grande reversão de expectativa relacionada ao liberalismo, com dezenas de países abrindo espaço para a extrema direita. Natural, já que a história da humanidade é feita de ciclos exatamente iguais a este. Há momentos que se rompem barreiras e o preconceito diminuiu em termos gerais. E outros ciclos onde o extremismo consegue tomar conta de contextos sociais e derruba a liberdade de indivíduos e de grandes nações. Isso influencia também outro nicho: o setor turístico.
Abro este artigo destacando isso porque é importante separar o contexto político e social de um país, cidade ou destino turístico, de suas estratégias focadas no crescimento econômico através do Turismo.
Quando falamos em oportunidades pelo Turismo, o nicho ou segmento LGBT é a grande bola da vez. Alguns exemplos de destinos turísticos importantes já entenderam isso. Israel, Espanha, Alemanha, Portugal, Argentina, Uruguai, Holanda e França são alguns exemplos.
São cases de sucesso e que, independente da gestão que assume o poder, seguem uma linha de crescimento estratégico nesse setor turístico e apostam continuadamente não apenas nesse nicho que integra o turismo. Sempre colocando o segmento LGBT como um dos grandes objetivos.
Estes países acima citados são referência quando o tema é Turismo LGBT. Não é coincidência, é estratégia. Além dos destinos turísticos, as grandes marcas mundiais já estão atentas ao poderio econômico do público LGBT. Com isso, ela vêm investindo milhões para atrair este consumidor e, principalmente, para o fidelizar.
Setor turístico dedicado ao público LGBT é pequeno no Brasil
Já no Brasil, o quadro não é animador. Atualmente, os destinos que sinalizam com ações e investimentos para este segmento turístico são Bahia e São Paulo. É muito pouco! Por isso, falar sobre este tema com o olhar para oportunidade de negócios, é fundamental.
Vamos aos números. O setor movimentou US$ 218,7 bilhões em 2018. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), o público LGBT corresponde a 10% dos viajantes do planeta. Só nos Estados Unidos estima-se que o setor movimente cerca de US$ 65 bilhões.
O LGBT realiza em média quatro viagens por ano e 45% viajam ao exterior todos os anos. Enquanto a média nacional é de 9%. Além disso, o público LGBT gasta 30% mais que os outros turistas.
Estes dados são contundentes! Motivos de sobra para empresas, destinos turísticos, empreendimentos e poder público investirem pesado em estratégias e produtos de qualidade que sejam atrativos para este público tão exigente e altamente consumidor.
Enquanto os principais destinos turísticos nacionais sofrem e apontam a sazonalidade como um dos grandes motivos para as crises econômicas que se sucedem nos últimos anos no país, a oportunidade está aí! Investir, crescer e se fortalecer economicamente, abrindo as portas para o segmento LGBT, é uma escolha inteligente e com retorno garantido.