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Museus estão em alta: o que isso significa?

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A cultura é um elemento fundamental na formação do indivíduo, reverberando diretamente na sua relação com a sociedade. Um país forte é aquele cujo povo mantém vive a sua cultura e conhece a sua história. Em relação a isso, os museus desempenham o papel imprescindível de preservar a memória, fomentando o sentimento de pertencimento e, assim, fortalecendo as identidades.

Mas para algumas pessoas, visitar museus pode parecer uma “modinha”, quem sabe, uma busca por selfies inusitadas e momentos instagramáveis. Para outras, pode representar um despertar de uma consciência cultural, um fenômeno significativo que vem ocorrendo em nosso país.

De qualquer forma, tudo indica que muitos brasileiros estão voltando positivamente a sua atenção para o universo dos museus. Prova disso é que houve aumento de 61% no público dos museus no primeiro semestre de 2019 em comparação com o ano anterior, segundo levantamento do portal G1.

Apesar desse crescimento, mesmo assim, destaco que o país, desde o ano de 2013, tem sofrido fortes reveses no campo da cultura. Registramos episódios tristes, como o incêndio no Museu Nacional, o fechamento do MinC, a destruição a olhos vistos do patrimônio ambiental e outros fatos que, além de evidenciarem uma crise na cultura, nos colocam para refletir seriamente sobre o assunto.

É possível que esses fatos estejam contribuindo para o aumento do número de visitantes nos museus brasileiros, mas isso não aconteceria se o país também não estivesse preparado de alguma forma.

A partir dos anos 2000, houve significativo avanço com a construção de novos e grandes museus pelo país, considerados verdadeiras obras de arte inseridas no espaço urbano e conhecidos como museus-monumento.

Grandes exposições também deixaram sua marca, sendo insistentemente mostradas e curtidas nas redes sociais de seus visitantes. No ano de 2011 a publicação norte-americana The Art Newspaper destacou a mostra “O mundo mágico de Escher”, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, como a mais visitada no mundo. Foram mais de 9,5 mil visitantes por dia, o que fez com que esta mostra itinerasse por outros estados nos anos subsequentes.

E para acompanhar essa progressão, os museus vêm dando especial atenção às ações educativas que têm sido um chamariz para o público a partir de seus programas culturais e de inclusão.

Parte dessas ações são responsáveis por fomentar discussões sobre temas diversificados e atuais, proporcionando ao público a oportunidade de participar e se expressar por meio de debates e outros eventos.

Essa é uma forma de dessacralizar os espaços museológicos transformando-os, sobretudo, em espaços democráticos e com caráter de fórum, contribuindo para que os diferentes grupos participem e se sintam representados.

Assim observamos que realmente há uma impressionante ascensão dos museus no Brasil e independentemente da origem desse fenômeno, o importante é que parte da população está se sensibilizando e despertando sua consciência para a arte e a cultura — estamos amadurecendo.

Mas além disso destaco que, embora o número de visitantes tenha aumentado, é possível fazer com que os museus sejam ainda mais procurados e que cada segundo dentro desses espaços seja excepcionalmente proveitoso.

Artigo de Danielly Dias Sandy, museóloga e professora de Artes Visuais no Centro Universitário Internacional Uninter
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