Nunca falamos tanto em isolamento e distanciamento quanto em 2020, necessários para enfrentar a crise mundial de saúde. Mas em alguns lugares do planeta o isolamento sempre foi regra, para impedir que seus ecossistemas fossem destruídos. O Atol de Aldabra, por exemplo, é um dos locais mais isolados do mundo e, mesmo em tempos normais, dificilmente permite a visita de turistas comuns.
Aldabra está localizada nas Ilhas Seychelles, no Oceano Índico, distante mais de 1.000 Km de Mahé, principal ilha do país. É um dos maiores atóis do mundo, com uma área protegida de mais de 2.559 km² (incluindo terra, lagoa e área marinha).
São quatro ilhas principais em formato de anel, que circundam uma lagoa central. Seu ecossistema e biodiversidade são muito preciosos e já foram ameaçados diversas vezes ao longo da história, seja pela introdução de espécies não nativas, aquecimento global, falta de investimentos, entre outros.
Aldabra se tornou um Patrimônio Mundial da UNESCO em 1982. Apesar de ser a maior ilha não habitada de Seychelles, o local compensa com a maior população de Tartarugas Gigantes de Aldabra (Aldabrachelys gigantea) do mundo. Junto com a tartaruga de Galápagos, são as duas últimas espécies de tartarugas gigantes que ainda existem no planeta.
Estes animais enormes e pré-históricos são fascinantes e fazem de Aldabra o único local do mundo em que o animal mais dominante é um réptil herbívoro gigante. Elas podem nadar e viver mais de 100 anos na natureza ou 200 anos em cativeiro.
Além das tartarugas, Aldabra também é a casa de diversas outras espécies únicas ou ameaçadas de plantas e animais. Por exemplo, o simpático mamífero marinho dugongo, tartarugas verdes, as aves dryolimnas cuvieri, entre outros.
Em 1971, foi estabelecida uma estação de pesquisa científica no local, que realiza descobertas importantes sobre a biodiversidade única de Aldabra até hoje. A partir de 1979, a Seychelles Islands Foundation (SIF) se tornou a organização responsável pelo gerenciamento e conservação do atol. Atualmente, a eletricidade da estação provém majoritariamente de energia solar e ela ainda possui um sistema inteligente de uso da água e redução de resíduos.
Visitas à Aldabra são extremamente restritas, dado que é um local remoto, com uma logística de acesso complicada e um ecossistema frágil, que precisa ser protegido. Por isso, é necessária uma autorização da SIF para conhecer áreas específicas do atol, acompanhamento de um membro da equipe local, taxa de entrada, entre outros requisitos.