Pare agora por alguns minutos para pensar num lugar lindo. No alto de montanhas, cercado por florestas nativas, lagos, além de casas de madeira para hospedagem com decoração inspirada no melhor estilo provençal. Esse lugar é Amirim, em Israel.
Agora acrescente à região deste paraíso, digno do imaginário coletivo, um grande patrimônio histórico, mirantes de observação do pôr do sol de tirar o fôlego e culinária 100% vegano-vegetariana.
Esse lugar existe. E oferece uma série de atrações turísticas associadas ao melhor da alta gastronomia, com vinhos, frutas típicas e até mesmo prática de esportes mais radicais, como o rafting.
Nenhum tipo de carne é permitido em Amirim, que fica localizada no Norte de Israel, 600 metros acima do nível do mar. Criada no final dos anos 1950, a atmosfera de paz e tranquilidade também contribui para tratamentos de saúde holístico em spas especializados.
A mistura entre esse ambiente positivo e uma alimentação a base de vegetais se reflete na longevidade da população de Amirim. Aqueles que já tiveram a oportunidade de visitar o local afirmam ser muito comum encontrar idosos com mais de 70 ou 80 anos, esbanjando vitalidade e disposição.
Hospedagem em Amirim
A vista panorâmica do alto da montanha, que contempla uma visão de tirar o fôlego para o mar da Galileia (que na verdade é um grande lago), favoreceu o surgimento do sistema de hospedagens a partir de 1961.
O modelo hoteleiro é composto pelos ‘zimmers’ (quartos, em alemão). São um tipo de chalé/cabine israelense que pode atender famílias e casais, com opções românticas e até mesmo mais isoladas.
O custo para alugar um espaço para três pessoas (sendo dois adultos e uma criança) começa em R$ 7 mil e pode variar de acordo com o sistema escolhido (pensão completa, meia pensão ou apenas café da manhã).
Além do próprio site da cidade, várias opções de cabines também podem ser encontradas em sites de viagens. O valor não inclui o transporte aéreo. No entanto, vale lembrar que existem restrições para a compra de passagens por causa da pandemia.
Além do hebraico, é possível se comunicar em inglês com os habitantes. Há ainda uma programação cultural na cidade. São shows musicais, festivais gastronômicos e culturais. É possível se inscrever em um tipo de clube de membros para receber informações exclusivas sobre a agenda local.
Se existia alguma dúvida sobre a existência de um lugar perfeito para veganos e vegetarianos neste planeta, agora não existe mais. E tudo indica que o pacote é completo.
Veganismo no mundo
Mas não é apenas em Amirim que os benefícios de uma alimentação a base de vegetais são reconhecidos. É possível observar um movimento global que tem transformado a dieta da humanidade.
Mundialmente, cerca de 70% dos consumidores estão mudando de dieta para prevenir obesidade, diabetes e colesterol, segundo a rede de supermercados britânica Sainsburys.
A transformação é impulsionada pela mudança sem precedentes da população, cada vez mais consciente em relação às causas ambientais e ao cuidado com os animais. Ainda de acordo com projeções do estudo da Sainsburys, um quarto da população britânica será vegetariana e metade ‘flexitariana’, em 2025.
No Brasil, 14% da população se declara vegetariana, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope Inteligência, em abril de 2018. Em grandes capitais como São Paulo, Recife, Curitiba e Rio de Janeiro, esse percentual sobe para 16%. O número representa um crescimento de 75% da população vegetariana nessas regiões, nos últimos seis anos.
Em linha com essa tendência, empresários do setor estimam que o mercado vegano tenha crescido a uma taxa anual de 40%, nos últimos anos, em média. Embora não existam dados específicos sobre o número de veganos, a mesma pesquisa mostrou que 55% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos se existissem indicações sobre os produtos.
Em outras palavras: a falta de comunicação adequada nos pontos de venda ou o desinteresse de parte do empresariado pode estar limitando uma demanda gigantesca.
No Brasil, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) trabalha constantemente para promover uma alimentação mais saudável e livre da exploração dos animais. Coordenado pela associação, o Programa Segunda Sem Carne (SSC) brasileiro é atualmente o maior do mundo na promoção do veganismo, distribuindo mais de 80 milhões de refeições à base de vegetais em 2019, crescimento de 20% em relação ao ano anterior.