Coincidência: semana recheada de notícias importantes, até para compensar nossa ausência na semana passada. Desta vez, a revista ARTUR ressalta e celebra com orgulho o reconhecimento do Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, na quarta-feira, dia 11 de dezembro.
O título foi concedido pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO. O complexo é o sexto elemento brasileiro a integrar a lista. Ele se junta com a Arte Kusiwa, o Samba de Roda, o Frevo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré e a Roda de Capoeira.
Desejamos um ótimo Natal a todos, com alegria e esperança renovadas no coração!
Agenda
Antunes Filho 90 Anos
De acordo com Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, a colaboração de 37 anos entre o encenador Antunes Filho e a entidade se configurou numa trajetória permeada por processos, experiências, pesquisas e criações dedicadas ao universo do teatro. E teve no Centro de Pesquisa Teatral seu laboratório permanente e no tablado do Teatro Anchieta seu palco principal.
No último dia 12 de dezembro, Antunes Filho teria completado 90 anos, constituindo, ainda segundo Miranda, “um longevo itinerário dedicado à criação de obras, à formação de gente do Teatro e ao surgimento de novos dramaturgos. Um caminho onde a experimentação e a pesquisa teatrais e a formação de cidadãos se apresentaram como pilares de um coeso projeto de desenvolvimento do teatro, de artistas e do público brasileiro“.
Com a exposição “movimentocptsesc”, idealizada por Ricardo Muniz Fernandez, que também assina a curadoria, a apresentação de processos de criação e conversas com alguns de seus importantes colaboradores, o Sesc celebra essa figura emblemática do teatro brasileiro, que nos deixou em 02 de maio deste ano. Desta forma, festeja seu legado, deixado como inspiração, num “labirinto de investigações” que o público poderá adentrar.
Sesc Consolação – R. Dr. Vila Nova, 245 – Instalação “movimentocptsesc” – de segunda a sexta, das 16h às 21h, sábado das 13h às 18h, até 15 de fevereiro de 2020.
Fronteira das Artes – Nacional
UNESCO reconhece Bumba Meu Boi
O Bumba Meu Boi é um rito cultural que envolve formas de expressão musical, coreografia, representação e brincadeira. A prática é fortemente carregada de simbolismo. Ela reproduz o ciclo da vida, uma metáfora para a própria existência humana. A cada ano, os grupos envolvidos na prática reinventam essa celebração, recriando canções, sátiras, figurinos e bordados.
Culminando no final de junho, o ciclo do festival envolve inúmeras manifestações. Elas incluem apresentações públicas e rituais em torno da morte de um boi. É um período considerado de renovação, no qual as energias são revigoradas.
Com a entrada para a Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, as ações de salvaguarda já desenvolvidas pelas comunidades praticantes do Complexo Cultural do Bumba Meu Boi, em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e entidades parceiras, serão reforçadas e buscarão fortalecer a autonomia dos grupos; promover mais ações de educação patrimonial; realizar nova documentação; além de ampliar pesquisas e de promover ainda mais a valorização desse importante bem cultural. (Fonte: Nações Unidas Brasil)
Sala de Star
Giovanni Lenard: “Arte, turismo e educação devem caminhar juntos”
Com a retomada da rota Munique-São Paulo pela Lufthansa no último dia 3 de dezembro, com operação três vezes por semana a bordo do Airbus A350-900, o destino internacional adquire maior destaque e amplia sua visibilidade junto ao mercado brasileiro. Principal hub da companhia aérea, interligando Europa, China e destinos na Ásia, Munique também possui o único aeroporto cinco estrelas do mundo.
A notícia não poderia ser mais alvissareira para o representante do destino no Brasil (Simply Munich). Ele nos contou resumidamente, como convidado especial da seção Sala de Star, sua experiência pessoal como turista e apreciador das artes. Lembrando sempre que a capital da Bavária e da cerveja alemã é também uma das cidades mais ricas e interessantes do sul do país, no que tange a arte e cultura.
Em 73 anos de vida, dos quais 52 dedicados à aviação e ao turismo, Giovanni Lenard revela que já viajou muito e teve inúmeras oportunidades de desfrutar do que existe de melhor em termos artísticos e culturais no mundo. Do Louvre ao British Museum, de musicais na Broadway a concertos em catedrais, do Teatro de Arena em São Paulo ao Scala de Milão, não lhe faltou acesso a todo tipo de arte e cultura.
Em especial, durante as duas décadas em que dirigiu o Centro de Turismo Alemão, Lenard pôde conhecer em detalhe o que a Alemanha tem de melhor no campo cultural. “Mas esse tempo passou”, admite. “Hoje em dia, viajo pouco, e apenas para participar de eventos de turismo no Brasil, ou visitar minha família na Itália.”
Em breve entrevista exclusiva à revista ARTUR, o executivo tece alguns comentários sobre o setor de viagens e o papel da arte e da cultura neste contexto.
ARTUR – Em sua opinião, o que ainda falta para que o turismo cultural e de arte avance de vez no Brasil?
GL – Considero fundamental investir em educação cultural das crianças, desde a tenra idade. Não se trata de nada caro ou complicado, nem dependente do poder público. Trata-se apenas de levar as crianças para espetáculos de teatro infantil e ler histórias antes de dormir. Ou ainda incentivar que cantem e toquem instrumentos musicais, participem de corais, aprendam idiomas…
Só assim, a partir de atitudes que se originam dentro do âmbito familiar, teremos futuras gerações que valorizem mais um livro do que um smartphone. O turismo cultural será uma consequência natural dessa formação.
ARTUR – Como o senhor se prepara para as suas viagens de lazer? Utiliza os serviços de um agente especializado, ou pesquisa e reserva tudo por conta própria?
GL – Desde o advento da Internet, tenho programado e reservado tudo o que diz respeito a minhas viagens, tanto no Brasil como para outros países, via sites de companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos, destinos e atrações.
Isso não implica em menosprezar a importância dos agentes de viagens. Eles têm um papel importante no que diz respeito a assessorar e orientar o público viajante que ainda não tenha muita familiaridade com a mídia digital. Mas os agentes, a meu ver, terão progressivamente mais uma função de consultores, do que de vendedores de produtos turísticos.
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