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Casal conta como longas viagens a dois pode ser enriquecedor

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Se há alguém que pode dar dicas de como administrar longas viagens a dois, fazendo disso uma experiência enriquecedora, certamente é o casal Adriano e Sílvia Bolzani. Juntos, eles já passaram um ano inteiro viajando pelo mundo.

A experiência mais recente foi uma road trip de 60 dias pela América do Sul. A bordo de uma Mitsubishi Pajero 4×4, encararam mais de 20 mil km de estrada. A viagem começou em São Paulo, passou por cidades e pontos turísticos do Chile, Paraguai, Bolívia, Argentina e foi até o Ushuaia, extremo sul do continente.

Com o objetivo de aproveitar ao máximo, todos os dias o casal acordava muito cedo e dormia tarde. Um dos grandes desafios foi percorrer toda essa quilometragem sem apoio de um segundo veículo. Estavam sozinhos caso ocorresse qualquer eventualidade, fazendo dessa expedição uma verdadeira aventura.

O casal esteve no deserto do Atacama em 2017

Para muitos casais, passar 60 dias juntos em viagens a dois pode ser motivo de tensão e discórdia. No entanto o experiente casal Bolzani superou qualquer diferença.

“A convivência intensa pode gerar pequenos atritos no decorrer de uma jornada longa como essa, por isso é muito importante o fator negociação. Soubemos de um casal que se aventurou em um passeio semelhante e rompeu depois de poucos dias. Embora tenhamos, na maioria das vezes, um ritmo semelhante e gostemos das mesmas coisas, há muito o que se decidir em viagens a dois desse porte”, conta Sílvia.

As decisões são feitas a todo o momento, desde que horas acordar, quais passeios fazer e até o que e quando comer, assim como questões relacionadas aos momentos em que um dos dois está com o humor um pouco alterado, seja por causa de sono, fome ou qualquer indisposição física.

Bento Gonçalves foi uma das paradas do casal

“Como já fizemos outras viagens a dois longas e passamos muitas horas juntos, estávamos preparados. Apesar de parecer clichê, o segredo para lidar bem com isso é amor, respeito e paciência. A maturidade é outro fator muito importante: quando somos mais jovens, é comum brigarmos por coisas pequenas e pouco importantes. Atualmente, temos uma visão mais clara do que realmente importa e conseguimos relevar as pequenas diferenças. É o conceito de prestar atenção na floresta toda, ao invés de ficar olhando uma única árvore”, explica Adriano.

Uma viagem de longa permanência pode agregar muito na vida de um casal, já que pode mostrar a importância da qualidade do tempo que passam juntos. Sem falar que é uma ótima oportunidade de interação mais profunda, além de auxiliar o conhecimento mútuo.

Como exemplo, Sílvia ama altura, enquanto Adriano tem verdadeira fobia. Por isso, em muitas situações, foi necessário negociar. Silvia conta que já saltou de paraquedas duas vezes e pretende saltar novamente.

No Vale do Aconcágua visitaram vinícolas históricas

Certa vez, ela teve a oportunidade de fazer um passeio de balão para sobrevoar as vinícolas do Colchagua, no Chile. O casal, então, chegou ao acordo de que Sílvia se aventuraria sozinha e Adriano ficaria em terra firme, registrando a experiência com o drone.

No final, ventou muito no dia combinado e o passeio foi cancelado. De qualquer maneira, é um bom exemplo de como o casal superou suas diferenças.

“A arte de se relacionar requer muitos desafios e exige um constante aprendizado. Saber administrar os conflitos e demonstrar nossas vulnerabilidades pode tornar o vínculo do casal ainda mais estreito, pois permite que o outro acolha nossas fragilidades e isso passa a ser recíproco. Isso é muito libertador para o processo de aceitação do outro e de si mesmo”, explica a psicóloga, Dra. Thaiana F. Brotto.

Em uma viagem, imprevistos sempre acontecem, inclusive acidentes. Ao fazer uma trilha em Ushuaia, na Argentina, Adriano tomou um tombo. Havia chovido demais nos dias anteriores e a caminhada foi em meio a muita lama. O casal carregava muitos equipamentos fotográficos e, já no final do passeio, ele escorregou e afundou com a mala que continha as lentes.

Em seu blog, o casal dá dicas de programas em Santiago, no Chile

“Foi difícil limpar tudo e precisamos buscar uma lavanderia para tirar toda a lama das roupas que ele estava usando. Outra situação delicada foi a falta de estrutura em algumas estradas por onde passamos: percorríamos muitos quilômetros sem avistar, sequer, um posto de gasolina. O jeito era improvisar. Difícil manter o romantismo nessas horas”, lembra Sílvia, bem-humorada.

Para enfrentar todas as situações desagradáveis, o casal conta que tentava manter o bom humor e procurar se divertir com as adversidades, já que isso ajudava a reduzir a real dimensão delas.

Para aqueles casais que desejam fazer viagens a dois, como a vivida por Adriano e Sílvia, é necessário ter consciência dos muitos desafios que poderão surgir. Ambos precisam estar preparados para todos os riscos envolvidos.

Casala visitou lugares com paisagens incríveis

São muitas as variáveis: financeira, emocional, cultural, possíveis problemas de saúde e de mecânica do automóvel. A melhor forma de lidar com tudo isso é ter alguns acordos prévios sobre como tratar e resolver as questões mais importantes.

Segundo Sílvia, os gastos da viagem foram controlados centavo por centavo, através de uma planilha preenchida diariamente: “Isso nos ajudou a traçar um comparativo por tipo de despesa e, com isso, ter um controle mais efetivo sobre elas. Administrávamos como fazemos normalmente: equilibrando os excessos de um dia com a economia que fazíamos nos seguintes”, explica.

Essa não foi a primeira viagem longa que fizeram juntos. Eles afirmam que o melhor é perceber, ao final de cada experiência, que querem planejar as próximas aventuras juntos.

Mais informações em https://suasproximasviagens.com.br/
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