Há estudos que mostram que a atividade remunerada de hospedagem data do século XI na Europa. As pousadas que até então funcionavam principalmente para receber os viajantes religiosos, a partir daquela hora, assumiram características de negócio lucrativo para atender ao movimento de soldados, peregrinos e mercadores que se intensificava.
Essa mudança do perfil da hotelaria, firmando-se assim como atividade profissional, tem como marco a criação do primeiro grêmio de proprietários de pousadas, em Florença, na Itália, no ano de 1282.
No Brasil, mais de sete séculos depois, no dia 9 de novembro de 1936, foi fundada a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH Nacional, no Rio de Janeiro e, a partir de 1980, a data foi definida para celebrar o Dia do Hoteleiro.
Em meio às comemorações que homenageiam todos os empreendedores e profissionais que atuam na indústria de hospitalidade, talvez seja hora de fazermos um balanço das recentes conquistas e avanços do setor, mas também – o mais importante – dos próximos passos a seguir.
Não podemos deixar de repetir que a regulamentação das plataformas de aluguel em unidades residenciais a nível Federal já passou da hora e é uma das ações que deve ser prioritária para nos colocarmos em pé de igualdade com os principais destinos do mundo, assim como a revisão da carga tributária, das leis trabalhistas e da desburocratização do Estado.
Também urge que o Poder Legislativo e o Governo Federal continuem trabalhando em parceria objetivando a atualização da Lei Geral do Turismo, e que o Senado aprove o mais breve possível essas atualizações, para que possamos otimizar os resultados das recentes ações tomadas pelo governo Bolsonaro, como a liberação de vistos para americanos, canadenses, australianos, japoneses, chineses e indianos, e brevemente, para os sauditas, bem como a já regulamentada, desde o ano passado, entrada de companhias aéreas de baixo custo no país.
Nessa hora, também é importante destacar o cenário favorável que a indústria de turismo brasileiro vem conquistando internacionalmente com a atuação de Marcelo Álvaro Antonio, como Ministro do Turismo, e de Gilson Machado, na presidência da Embratur.
As duas vitórias históricas obtidas na última Assembleia Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), realizada em setembro, em São Petersburgo são exemplos disso. O Brasil conquistou a vaga no Conselho Executivo da entidade durante 2020 e 2021, além de conseguir que a definição do local de comemoração do Dia Mundial do Turismo, em 2020, seja num país do Mercosul, muito provavelmente em Foz do Iguaçu.
Esses, entre outros dados, nos levam a um otimismo justificado e não é à toa que, para 2020, os empreendedores do setor de hotéis já confirmaram que estão com planos de investimentos em várias cidades, onde haverá aumento de unidades habitacionais, a otimização de novos mercados e consumidores e, consequentemente, a criação de mais postos de trabalho.
Estamos preparados para esse novo mercado consumidor. A hotelaria brasileira há muito vem seguindo as tendências mundiais e está pronta para oferecer hospedagem voltada para todos os perfis de público, além de proporcionar experiências que foquem no bem-estar, oferecendo uma maior interação com o público nativo e sua cultura e destacar a gastronomia local como atrativo.
A hora do turismo chegou! Já estamos no caminho para consolidar o setor como pilar da economia e, assim, oferecer uma forma alternativa e sustentável de crescimento para toda a nação. Agora, é seguirmos em frente e escrevermos nosso futuro em consonância com o que se faz no mundo, levando em conta a famosa frase: Destino bom para o turista é o destino bom para o cidadão.