Em tempos de crise, muitos empresários tendem a contrair algum tipo de empréstimo financeiro para saldar dívidas. E até mesmo para pagar suas despesas correntes. Fábio Marchezin, sócio da Manhattan Investimentos, destacou os três pilares de ações que fazem toda a diferença e que devem ser consideradas antes de recorrer às negociações.
Entre as principais estão analisar o endividamento da agência de viagens, dispor de um planejamento consistente e ter todas as informações bem organizadas.
Em momentos de crise, o empresário que detém o máximo de informações sobre o seu negócio, poderá criar um cronograma mais preciso de medidas para enfrentar o cenário instável e, caso seja necessário recorrer a empréstimos financeiros com condições mais atrativas.
“A agência de viagens que tem bom planejamento faz a diferença no mercado. Ela consegue taxas de juros mais atrativas junto às instituições financeiras. No entanto, para que tudo isso aconteça, os processos devem ser bem definidos, as informações de fácil entendimento e apresentadas de forma organizada e com o máximo de transparência”, ressalta Fábio Marchezin.
Prática comum em momentos de crise, a redução da taxa de juro é uma forma de bancos e financeiras atraírem clientes, mas para não se complicar ainda mais com a entrada de uma quantia que deverá ser paga, é preciso que haja uma análise completa da situação da agência, com o objetivo de identificar se há realmente necessidade de criar uma nova dívida.
Segundo o especialista, empréstimos podem ajudar, mas podem se tornar grandes vilões caso o empreendedor não tenha clareza se terá condições para quitar o novo passivo.
“Sempre digo para amigos e clientes que não façam empréstimos sem antes elaborarem um planejamento sólido para o uso da respectiva quanta e, principalmente, nos meios para o pagamento das parcelas. Em relação às agências de viagens, é preciso que reflitam para saber se vale a pena entrar em uma dívida para quitar outras”, destaca Marchezin.
“Neste sentido, definir o plano de negócios, considerando como a empresa performava antes da crise e ter o controle dos custos fixos e variáveis, das receitas e despesas, é indispensável”, completa.
O especialista diz, ainda, que o planejamento evita empréstimo sem necessidade e dívidas desnecessárias. “Estar ao lado do cliente no atual momento joga uma luz sobre o cenário futuro, pois o empresário poderá ter noção se no pós-crise ele terá esses mesmos clientes para sustentar a receita”, conclui.
Diante da instabilidade econômica atual, o agente de viagens precisa avaliar bem a estratégia definida e o desenvolvimento das ações ao final de cada etapa. Para Rafael Santos, sócio do Núcleo Grow UP: “O empréstimo financeiro é uma alternativa paliativa para dar fôlego ao caixa da agência, mas como destacou bem o nosso convidado, é preciso ter cuidado para que o firmamento desse acordo não se transforme em um novo problema”.
Entre as ações a serem tomadas para o enfrentamento de uma possível nova crise, o especialista destaca novamente a importância do planejamento (saber aonde quer chegar), da organização (processos e informações claras) e da comunicação (relação próxima e transparente com os clientes) como ferramentas essenciais.