Em meio a esse cenário desafiador, o vice-presidente de Operações e Desenvolvimento da Europa e América do Sul do grupo Minor Hotels, Marco Amaral, lidera a missão de conduzir os hotéis no Brasil (Tivoli Ecoresort Praia do Forte, Tivoli Mofarrej São Paulo e NH Curitiba The Five). O executivo, assim como outros profissionais do turismo, precisa garantir a sobrevivência dos empreendimentos e se preparar para a retomada.
Para Amaral, o segmento hoteleiro vai sofrer transformações significativas e isso requer investimento, reestruturação e adequação a novos comportamentos dos clientes, demandando a reinvenção de modelos e processos adotados pré-pandemia.
“Todas as empresas serão obrigadas a ter uma capacidade de reação muito rápida, já que ninguém ainda sabe como vai ser o novo comportamento do consumidor, as exigências dos órgãos nacionais e internacionais e quanto tempo o mercado vai demorar a retomar”, ressalta o executivo.
Segundo o gestor, antes de tudo, de qualquer custo e plano, é preciso determinar financeiramente o momento certo para reabrir. “É essencial levar em consideração o gasto da reabertura para fazê-la na hora mais oportuna e, claro, implementando as medidas de higiene e segurança para os colaboradores e hóspedes, que venham a ser exigidas pelo governo e instituições responsáveis”, enfatiza Marco.
A favor dos hotéis, o executivo destaca a utilização da tecnologia, que já tem sido essencial para manter uma gestão eficaz remotamente e continuará tendo papel importante na retomada.
“Vamos fazer maior uso do que já estava disponível, mas era pouco utilizado, como celulares para acessar aos quartos. Além disso, a tecnologia será protagonista para assegurar as medidas de higiene e segurança e sempre que possível diminuir o contato entre pessoas”, comenta.
Mesmo sem previsão de retorno, o vice-presidente já antecipa a necessidade de treinamento dos colaboradores para adequação às novas regras de higiene, assim como um bom plano de comunicação para transmitir que os hotéis são lugares seguros e de baixo risco.
E mesmo com tantas incertezas, “ser paciente, manter o otimismo, dentro do possível, e aproveitar o tempo de confinamento para completar formação técnica, de gestão ou um idioma, são de grande valia para o futuro”, orienta Amaral.
A Minor Hotels, com uma força de vendas e marketing mundial, sempre manteve o contato direto com o cliente e aproveita esse diferencial para avaliar os próximos passos após crise. E tendo como base esse princípio, não pretende entrar no mercado com uma guerra de preços com outros players.
A rede acredita que não será a oferta que fará o consumidor perder o receio de viajar e, em vez de descontos, apostará em outras vantagens, como um upgrade, oferta de drink e transfer, além de garantia de cuidado máximo com a segurança dos espaços.
Marco Amaral finaliza a análise destacando que “a relação aberta e espírito de colaboração entre empresa, fornecedores e cliente, é fundamental para atravessar o momento difícil”. E isso vale não só para a hotelaria e turismo, mas para todos os tipos e tamanhos de negócios.