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Graffitti Pra Cego Ver chega à segunda edição promovendo inclusão através da arte

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A inclusão é urgente, necessária e transformadora. O projeto Graffitti Pra Cego Ver chega à sua segunda edição reafirmando seu compromisso em unir acessibilidade e expressão artística gerando dessa forma um impacto positivo na vida de pessoas com deficiência visual e ampliando assim sua participação no circuito cultural — um espaço que ainda carece de produções verdadeiramente disponíveis para esse público.

Graffitti Pra Cego Ver chega à segunda edição promovendo inclusão através da arte
Posicionamento das peça de resina em 3D

Inspirado pela ideia de que a arte deve ser sentida por todos, o projeto transforma murais de grafite em obras sensoriais por meio de texturas, relevos e descrições em braille que descrevem cada detalhe da obra – cores, formas, dimensões e significados – estabelecendo uma conexão sensorial através do toque.

Além disso, QR codes integrados às obras permitem que os visitantes ouçam áudios com descrições detalhadas, criando uma experiência imersiva. “É arte acessível, interativa e verdadeiramente transformadora”, comenta o curador do projeto, Roberto Parisi.

No dia 18, durante a inauguração da obra, no Beco do Batman (Vila Madalena, em São Paulo), a artista plástica Kelly S. Reis fez uma pintura ao vivo com spray sobre o painel, tornando o desenho acessível a todos – já que os detalhes da obra, incluindo formas e cores, foram descritos para pessoas com deficiência visual. O mural ficará em exposição pública por 30 dias, permitindo assim que a população experimente a arte urbana de maneira interativa.

Graffitti Pra Cego Ver chega à segunda edição promovendo inclusão através da arte
Kelly S. Reis, artista plástica convidada para essa edição

Por que Graffitti Pra Cego Ver?

Enquanto quem enxerga pode admirar a magnitude de um mural de grafite, se emocionar com suas cores e formas, as pessoas com deficiência visual, muitas vezes, não têm essas mesmas experiências no espaço urbano (limitando-se apenas ao nome da obra e de seu autor).

Pensando nisso, o projeto busca democratizar o acesso à arte de rua, permitindo que todos, independentemente da visão, sintam, interpretem e vivenciem a arte em sua totalidade. Para Sueli Parisi, idealizadora do Graffiti Pra Cego Ver, a iniciativa é um chamado à reflexão sobre como podemos tornar o mundo mais inclusivo: “Queremos incluir. Devemos incluir. Precisamos incluir. Vamos defender essa causa!”, convida.

Parcerias que fazem a diferença

A concepção do projeto reuniu uma equipe multidisciplinar formada por produtores culturais, engenheiros, consultores de acessibilidade e artistas.

Apoiadora do projeto, a Open Senses, startup focada em acessibilidade comunicacional, fornece um aplicativo de audiodescrição garantindo assim qualidade para todos os usuários.

“As audiodescrições, desenvolvidas por roteiristas e consultores PCD visuais, podem ser acessadas em braille, junto às peças, ou ouvidas pelo aplicativo OpenMaps. Com tecnologia IoT, o app permite portanto que os usuários recebam automaticamente as locuções em seus smartphones ao passar pela obra, garantindo uma experiência cultural com liberdade”, explica o CEO e fundador da Open Senses, Paullo Anaya.

Na primeira edição, realizada em agosto de 2023, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o projeto encantou milhares de pessoas e abriu assim caminho para discussões sobre acessibilidade cultural. A segunda edição, que conta com o incentivo da Coca-Cola, pode ir ainda mais longe.

Graffitti Pra Cego Ver

Data: até 18 de fevereiro

Local: Beco do Batman (Rua Gonçalo Afonso, 120 – Centro do Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo)

Acesso gratuito

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