A HotelInvest, em parceria com o FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil , concluiu a 15ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira. A publicação apresenta um amplo levantamento de hotéis em desenvolvimento no país, além das perspectivas de desempenho no setor. Participaram do estudo 34 das principais redes hoteleiras nacionais e internacionais presentes no Brasil.
Atualmente, há 147 hotéis urbanos em desenvolvimento, que totalizam R$ 6,1 bilhões em investimentos, com aberturas previstas até 2025, distribuídos por 97 cidades. Entre a nova oferta (em UHs – unidades habitacionais), predominam os empreendimentos econômicos e midmarket (93%), de marcas tradicionais (88%), localizados nas regiões Sul e Sudeste (77%) e em cidades de pequeno a médio porte, com até 500 mil habitantes (65%).
Na edição anterior, o Panorama indicava 169 novos hotéis em desenvolvimento. Destes, 24 abriram em 2020, 46 projetos foram cancelados, porém 48 novos contratos foram assinados. “Já se esperava que o total de UHs em desenvolvimento no país caísse em razão da pandemia.
No entanto, a queda foi baixa (-12,1%), atenuada pelos novos projetos confirmados. Um sinal claro de confiança dos investidores no potencial de recuperação do setor”, afirma Pedro Cypriano, sócio-diretor da HotelInvest, coordenador do estudo.
Apesar dos hotéis sofisticados representarem apenas 7% da oferta de UHs em desenvolvimento no país, em valores monetários eles somam R$ 1,65 bilhão ou 27% do montante total em investimento.
“A oferta de luxo atual no Brasil é restrita, inferior à de diversos países latino-americanos. O expressivo investimento já em execução, com renomadas marcas nacionais e internacionais, aumentará a nossa atratividade e visibilidade como destino turístico”, ressalta Diogo Canteras, sócio-fundador da HotelInvest.
Sim, os indicadores de novos projetos em desenvolvimento no Brasil são positivos, especialmente diante do cenário pandêmico. No entanto, a realidade atual dos hotéis em operação é mais preocupante. Em 2020, o índice de RevPAR (Receita por apartamento disponível) caiu de 34%, em Vitória, a 71%, em São Paulo, dentre as cidades analisadas no Panorama.
“Os novos investimentos são excelentes para o país. Milhares de empregos e milhões em tributos serão gerados. Porém, em curto prazo as perspectivas são preocupantes. No primeiro trimestre de 2021, os hotéis continuaram em prejuízo operacional e as quedas de tarifa preocupam”, contrapõe Orlando de Souza, presidente-executivo do FOHB.
Até junho, a HotelInvest e o FOHB esperam meses muitos difíceis para a hotelaria, especialmente para os destinos de negócios. Vacinados os grupos de risco e o processo de imunização ganhando tração pelo país, a recuperação do setor deve se intensificar, porém apenas no segundo semestre. Nos Estados Unidos, país mais avançado no controle da pandemia, a ocupação já se aproxima a 85% do patamar pré-Covid.
“No último trimestre de 2020, vimos uma reação mais rápida dos mercados regionais e de lazer, o que deve voltar a se repetir. Na sequência, com mais vacinas à população, especialmente a abaixo de 60 anos, é possível que os saltos em ocupação sejam mais fortes também para os nossos hotéis corporativos”, salienta Cypriano.
“Em médio prazo, seguimos confiantes na recuperação total do setor e em um ambiente próspero para novos investimentos. Para tanto, estabilidade política, controle sanitário e uma agenda de reformas e de crescimento econômico são fundamentais”, finaliza Canteras.