Com 2025 no horizonte, o setor hoteleiro brasileiro prevê um cenário de expansão, impulsionado por resultados positivos e desafios que pedem estratégias criativas. O relatório “Hotelaria em Números – Brasil 2024”, da JLL, traz grande expectativa para 2025.
Segundo o estudo, a taxa de ocupação dos hotéis urbanos fechou o último ano em 60,8%, enquanto a receita por apartamento disponível (RevPAR) alcançou R$ 237,70. Já o preço médio das diárias, que chegou a R$ 391, refletiu a força do turismo doméstico, apesar das limitações enfrentadas pelo mercado internacional devido à variação cambial e aos custos elevados das passagens aéreas.
Para sustentar o crescimento, será essencial diversificar estratégias e investir em soluções que atendam o público corporativo, líder na recuperação, e as demandas digitais, que redefinem a interação entre hotéis e viajantes.
Turismo corporativo e perspectivas para 2025
O turismo de negócios foi o principal motor da recuperação da hotelaria brasileira, representando 55% das reservas em 2023. Para o próximo ano, a expectativa é de que eventos corporativos, combinados a iniciativas de lazer, como festivais de arte e música, continuem fortalecendo o setor, especialmente em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília.
Segundo Ricardo Nielsen, diretor de Marketing, Vendas e Distribuição da Slaviero Administradora — que ocupa a 8ª posição entre as maiores administradoras hoteleiras do Brasil, de acordo com o relatório da JLL, e é responsável pela gestão das marcas Slaviero Hotéis e Slim Hotéis — “o Brasil mantém sua posição como polo de negócios e destino estratégico, especialmente em regiões com centros de convenções, grandes hubs econômicos e até estádios, que atraem um número maior de eventos diversificados”.
O executivo destaca que os hotéis precisarão investir em infraestrutura e serviços personalizados para atender às necessidades de hóspedes em viagens a trabalho ou eventos. Entre as demandas estão check-in e check-out automatizados e flexíveis, pacotes sob medida, espaços de trabalho, lavanderia expressa, assim como, serviço de quarto 24 horas e academias. Esses diferenciais atendem a expectativa de oferecer mais conforto e otimizar o tempo dos hóspedes, proporcionando assim uma experiência completa.
Canais diretos e hotéis independentes
Fortalecer os canais diretos — como sites, centrais de reservas e atendimentos realizados diretamente pelo hotel — é fundamental para explorar novas oportunidades e estreitar a relação com os hóspedes. Embora esses meios tivessem participação reduzida no passado, hoje representam quase 30% das reservas no Brasil, segundo a JLL, e continuam em crescimento.
Essa tendência responde ao comportamento do consumidor atual, que busca conveniência e integração entre diferentes plataformas. Esse movimento omnichannel traz benefícios estratégicos, como maior autonomia comercial, redução de comissões cobradas por canais de distribuição e maior proximidade com o cliente, contribuindo para a fidelização e o aumento da rentabilidade.
Em um cenário em que 83,1% dos hotéis são independentes no país, os empreendimentos podem encontrar dificuldades para fortalecerem suas marcas e investirem em canais próprios em um meio tão competitivo. Por isso, contar com o suporte de administradoras especializadas pode ser decisivo para otimizar a gestão e alcançar novos níveis de posicionamento em um mercado cada vez mais digital.
Como afirma Nielsen, “as administradoras hoteleiras proporcionam agilidade e eficiência, permitindo que hotéis independentes aproveitem o bom momento do setor ao usufruir da expertise e estrutura de grandes empresas.”
Além de estratégias de vendas e distribuição, as administradoras aprimoram a jornada de compra e a experiência do hóspede, cuidando da precificação e da gestão de campanhas segmentadas. Dessa forma, o hotel mantém seu foco na hospitalidade enquanto a administradora otimiza a operação, garantindo maior satisfação e fidelização dos hóspedes.