A convite da Prefeitura de Bofete (SP) Marco Zero foi conhecer as belezas naturais do município, um pouco da cultura local e a grande hospitalidade dos moradores. O prefeito da cidade, Dirceo Antonio Melo, mostrou ser um companheirão, nos acompanhando a viagem toda, desde a nossa partida de São Paulo.
Festa e contemplação
Nossa primeira parada foi no KM 171 da Rodovia Castelo Branco para conhecer o “Espaço Castelo” um local de realização de eventos, que faz parte da Fazenda São Jorge, onde ocorreu a primeira exploração de petróleo da América Latina, em 1892, conforme nos explicou o responsável pelo Departamento de Cultura e Turismo de Bofete, José Antônio Nicola. A perfuração permitiu encontrar uma fonte de água sulfurosa com propriedades medicinais. O lugar tem uma paisagem bucólica que nos convida a contemplação.
Bofete e suas tradições e inovações
Em seguida partimos para o centro de Bofete. Alias, que nome estranho não? Segundo Nicola, que nos acompanhou a viagem inteira juntamente com o prefeito, é inspirado na paisagem local, uma formação de morros que tem uma superfície chata que lembra um aparador de comida, em francês, buffet.
Na cidade, visitamos a Praça da Matriz recentemente decorada com iluminação LED e visitamos o show room do projeto habitacional inovador na cidade: uma confortável casa de 60 m² feita a partir de dois contêineres de reuso.
Conhecemos ainda o Espaço Carreirinho criado em homenagem ao artista filho da terra. Na oportunidade nos foi apresentado o plano diretor de turismo e também pudemos degustar os queijos feitos por Carolina Vilhena Bittencourt, da Bela Fazenda, ao som de uma dupla de violeiros. “Carcule” que delícia, como dizem os bofetenses.
Três Pedras é para quem gosta de natureza, lendas e desafios
Três Pedras fica a 15 quilômetros do centro de Bofete, em uma região denominada Cuesta – uma formação rochosa que tem um dos lados suave e íngreme do outro – que abrange Botucatu, Bofete e Pardinho. Elas constituem os pés do “Gigante Adormecido”, um relevo montanhoso único que pode ser observado das estradas que cortam a região.
O ponto turístico está em uma propriedade particular, portanto, é necessário pagar uma entrada. O valor é de R$ 5,00 por pessoa e para acampar R$ 20,00. A partir desse ponto, ou seja, da porteira, é possível fazer a trilha até as Três Pedras. O caminho está bem sinalizado. No pé das Três Pedras tem um local de camping com uma pequena casa com banheiros e lugar para armar as barracas.
A empresa EcoCuesta de Botucatu foi que nos recebeu com toda a estrutura para pernoitar: barraca de camping, saco de dormir, colchonete, alimentação (jantar, água e frutas), fogueira e até luau . Tivemos uma noite típica, ao som de sanfona, viola e gaita, acompanhada de arroz carreteiro, feijão tropeiro, churrasco na lenha, e de conversa boa e animada.
Na manhã seguinte, iniciamos a nossa viagem de volta com uma parada para tomar café da manhã deliciosa na simpática Cantina da Figueira, um lugar que vale a pena conferir. Durante o percurso, o prefeito nos contou sobre a pesquisa que o grande linguista e professor decano da USP, Antônio Cândido de Mello e Souza, falecido em maio desse ano, realizou no município de Bofete durante quatro meses, que resultou no livro “Parceiros do Rio Bonito”.
A região é linda montanhosa, com fazendas e pequenas propriedades rurais com plantações de café, laranja e criação. Mas é também cheia de lendas. Uma delas conta que os jesuítas esconderam um baú cheio de ouro no pé do gigante, mas que até hoje nunca foi encontrado. Mais recentemente, as Três Pedras passou a ser vista como ponto de ‘aterrissagem’ de naves espaciais, por conta de pontos luminosos que surgem e se movem de uma pedra para outra, sempre à noite.
Enfim, é um daqueles lugares que traz paz, ar puro e que faz com que a gente não pense em mais nada a não ser em como é bom estar aqui.