O Ministério do Turismo (MTur) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promoveram, no dia 19 de junho, em Brasília (DF), uma oficina de trabalho para a elaboração de um futuro Plano de Ações Climáticas para o turismo brasileiro.
A iniciativa é mais uma dentre várias medidas que estão sendo realizadas pela pasta para a promoção e desenvolvimento do turismo sustentável no país. Entre os pontos discutidos no encontro estavam a inclusão de ações climáticas no novo Plano Nacional do Turismo (PNT), a conexão com as políticas de ação climática já delimitadas no país, assim como, a elaboração de soluções financeiras voltadas aos investimentos sustentáveis.
Além do MTur, participaram do encontro representantes dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Segundo a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, o tema é uma das prioridades da pasta e será portanto trabalhado com todo o destaque que merece. “Com este plano estratégico de ações climáticas, o Brasil pode promover a utilização de fontes renováveis, conservar áreas protegidas e incentivar dessa forma práticas sustentáveis nas atividades turísticas. Isso não apenas ajudará a mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também fortalecerá a imagem do Brasil como um destino comprometido com a preservação ambiental, atraindo turistas conscientes e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do país”, destacou.
Para a especialista em Turismo do BID, Juliana Betini, o interesse do Brasil pelo tema pode ser valioso exemplo para outros destinos da região. “O apoio aos países da América Latina e do Caribe para o desenvolvimento de modelos mais resilientes de turismo e o aumento das capacidades de gestão climática no setor são eixos fundamentais da atuação do Banco. A pauta ação climática em turismo ainda tem muito espaço para avanço em nossa região e ter um país como o Brasil (com sua amplitude e diversidade) como parceiro nessa temática, apoiando a semente para um futuro plano de ação climática em turismo, é portanto uma oportunidade ímpar de geração de impacto tanto local, como regional”, disse.
Com um olhar prioritário ao tema, o Ministério do Turismo conta pela primeira vez – desde o início do ano – com uma coordenação de Desenvolvimento Sustentável e Mudanças Climáticas em sua estrutura e o objetivo é promover “sustentabilidade e mudanças climáticas” no setor de turismo. A Pasta também desenvolve um curso de extensão sobre turismo responsável e sustentabilidade no turismo voltado aos gestores públicos, que, posteriormente, poderão atuar como multiplicadores.
Também, pela primeira vez, o MTur passou a integrar o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia (PPCDAm). Liderado pela Casa Civil e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o documento passou por atualização e foi relançado no Dia Mundial do Meio Ambiente (05.06) como forma de ajudar o Brasil a cumprir a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Entre os objetivos da Pasta na proposta estão o incentivo e fomento ao ecoturismo e a implementação de programas direcionados do turismo de base comunitária e etnoturismo.
“A gente precisa ter esta pauta transversal, precisa trabalhar com sinergia e precisa ter uma ação dinâmica no processo em que a gente consiga implementar essa política e ser interlocutor cm vários órgãos que possam fazer isso acontecer”, concluiu o diretor do Departamento de Qualidade, Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo do Ministério do Turismo, Leandro Gomes.