Criado em 1972, o Parque Nacional da Serra da Canastra é um dos mais importantes do Brasil. Ele recebe, durante todo o ano, milhares de visitantes do mundo inteiro, que apreciam a beleza de suas paisagens e uma infinidade de atrativos naturais.
Entre os mais famosos estão a nascente histórica do Rio São Francisco e a Casca d’Anta, cachoeira que atinge mais de 186 metros de queda livre. Ela é considerada a sexta maior do Brasil.
Conhecer as belezas da Serra da Canastra é um passeio e tanto para quem tem espírito de aventura. Apesar do acesso à região ter sido facilitado ao longo dos anos, circular em carro de passeio por lá ainda reserva algumas dificuldades.
Uma boa recomendação é hospedar-se em São Roque de Minas, na área central. No local, é possível contratar um guia para realizar os passeios. O parque está dividido em duas partes: alta, com três portarias (São Roque de Minas, São João Batista da Serra da Canastra e Sacramento) e baixa, com uma portaria (São José do Barreiro).
Para chegar a São Roque de Minas, a maioria dos turistas seguem pela MG 341, a partir da cidade de Piumhi. Até a parte baixa do parque são 24 km asfaltados até Vargem Bonita. A partir desse ponto, acaba a moleza. São 26 km de terra até a primeira portaria.
No parque, as estradas são de terra e pedra
Atravessar os 72 km da estrada de terra e muitas pedras que cortam o parque, ligando as portarias de São Roque e Sacramento, é uma missão de quase três horas, em dias normais. A estrada é boa, mas precisa necessariamente ser conduzida por motoristas experientes.
Por isso, recomendamos contratar guias locais com veículos 4×4 em São Roque de Minas. Algumas pousadas e hotéis também oferecem o serviço. Uma dica é o guia Vicente Zacarias da Costa, o “seu Vicente”. Ele tem sua base de atendimento no Hotel Chapadão da Canastra.
Ele é nativo, tem 60 anos de idade, conhece a região, sua fauna e flora como ninguém. Sem dúvida, é um profundo conhecedor da Canastra. Tem muita habilidade com idosos e crianças e sabe conduzir com muito profissionalismo. São mais de 30 anos de experiência cortando e rasgando as estradas que guardam mirantes, cachoeiras, rios e paisagens indescritíveis.
Serra da Canastra tem fauna e flora abundantes
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado para preservar a nascente do Rio São Francisco. O local tem paisagens deslumbrantes onde predominam Campos de Altitude e o Cerrado. Com um pouco de paciência e sorte, principalmente do guia condutor, é possível encontrar belos animais no parque. Nos passeios, é possível avistar veados-campeiros, tamanduás-bandeiras, lobos guarás, tatus-canastras, entre outros.
Além disso, centenas de pássaros como tucano, gavião, pica-pau, o raríssimo pato-mergulhão. E uma infinidade de outras aves habitam tanto a parte alta como a parte baixa das matas do parque.
O principal objetivo dessa área é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica. Isso possibilita a realização de pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades de educação, observação de pássaros, contato com a natureza e turismo ecológico.
Aliás, a fauna apresenta espécies endêmicas de anfíbios e répteis, população grande de animais – mamíferos e aves – ameaçados como macaco sauá, gato palheiro, lobo guará, a raposa do campo, a lontra, a jaguatirica, o pato mergulhão, entre tantos outros.
De sítios arqueológicos a cachoeiras, há vários passeios imperdíveis
O parque apresenta também dois sítios arqueológicos em boas condições de preservação. Há pinturas rupestres e outros elementos prontos para um estudo mais aprofundado.
Como a Serra da Canastra é um mundo de águas e verdes paisagens, não deixe de visitar a nascente do Rio São Francisco e a famosa Cachoeira Casca D’Anta. Vale ainda percorrer as deslumbrantes estradinhas de terra e explorar as cachoeiras do Fundão ou Gameleira, com 90 metros de caída, formando um poço onde pode-se nadar, mas com cuidado.
Outra que merece uma visita é a Cachoeira do Cerradão. Com 15 minutos de caminhada leve, o visitante chega à piscina formada pela primeira das três quedas. Siga a placa para ducha, se quiser experimentar uma hidro natural.
Já para a Cachoeira da Parida é preciso atravessar o parque e ir até depois da portaria de Sacramento. Mas o esforço vale a pena. Além da paisagem ser linda o local é um dos menos visitados do parque.
Outras duas opções de passeios imperdíveis são o Complexo de Cachoeiras do Capão Forro e a Chinela. Elas têm taxa de entrada e pouquíssima estrutura de serviços. Leve sempre, água, lanche, frutas e barrinhas de cereal. Em geral, nos passeios você sabe o horário de saída e sempre erra o horário de retorno.
São Roque de Minas: a capital da Serra da Canastra
São Roque de Minas é considerada a “capital” da Serra da Canastra, próxima à maioria das atrações e com maior oferta de pousadas e serviços. Outro diferencial do local é a produção exclusiva do queijo, que hoje torna a região conhecida nacional e internacionalmente.
A Aprocan – Associação dos Produtores de Queijo Canastra, com sede em São Roque de Minas, tem por objetivo valorizar e divulgar para o Brasil e para o mundo essa iguaria reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan e Iepha. O queijo tipo Canastra teve sua origem na Serra da Estrela, em Portugal, chegando ao Brasil através da colonização.
Atualmente, a associação trabalha para a criação de um roteiro turístico denominado “Rota do Queijo”. A ideia é agregar valor ao destino, apresentando aos visitantes ao sabor único desse produto exclusivo que leva o aroma, o sabor e exclusividade da Canastra para além de seus limites. Vale à pena visitar ao menos três das mais de uma centena de propriedades locais que fabricam o delicioso queijo da Canastra.