Pantanal é um destino para quem quer esquecer do relógio. O tempo por lá tem outro ritmo. E a dica de hospedagem é o Pantanal Jungle Lodge.
No início da viagem, chegando no aeroporto de Campo Grande, o destino é Corumbá. São cerca de três horas em estradas federais, com asfalto perfeito e bem sinalizadas.
Durante o caminho uma parada em “butecos” de beira de estrada vale à pena para descobrir alguns sabores novos. Desde a cerveja ao refrigerante. Uma das paradas obrigatórias é o Boteco de Dona Maria do Black.
No fundo do bar de madeira pintada, com uma tosca varanda coberta, jacarés pretos que chegam a dois metros de comprimento aproveitam o sol de quase quarenta graus, imóveis, como se fossem os únicos seres do planeta.
Dona Maria os alimenta diariamente na boca, o que lhe garantiu uma reportagem especial do Globo Repórter há tempos atrás.
Essa estrada é a BR 262, que corta o Estado do Mato Grosso Sul. O sol parece levantar mais cedo no Pantanal. Cinco horas da manhã e o céu já é riscado com cores que vão do vermelho ao alaranjado.
O Pantanal Jungle Lodge fica na região do Passo do Lontra
Estamos chegando ao nosso destino … estrada de terra e asfalto pela frente até chegar na região do Passo da Lontra, município de Corumbá.
Lá está o Pantanal Jungle Lodge, um hotel de selva repleto de charme. Ele é todo construído em madeira sobre palafitas, com detalhes que encantam.
Dezenove apartamentos, com varandas que nos reportam aos filmes de pesquisadores ingleses na África. Na frente dos quartos, o Rio Miranda corre volumoso, dando uma incrível sensação de paz.
No final da tarde subir por duas horas o rio até o encontro com o Rio Vermelho para um acampamento radical. O objetivo é ver a famosa onça pintada do Pantanal.
Barracas montadas, fogueira acessa e o jantar fica por conta da generosidade do rio, com seus cardumes de piranha. De madrugada, o céu é mágico com um sem número de estrelas que se refletem no rio. Capivaras visitam o acampamento, mas nada da pintada.
Experiência única onde se pode ver várias espécies de animais
De manhã, a família de macaco Bugio serve como despertador. No descer o rio Tuiuiús, martim pescadores, garças e uma infinidade de pássaros cruzam nosso caminho.
É possível avistar os jacarés nas margens, iguanas e macacos nas copas das árvores, que colorem as margens do rio, principalmente os ipês roxos (também chamados de piúva) e os cambarás.
A última tentativa de ver “a moça”, saída para o que chamam de focagem, finalzinho da tarde. Cinco e meia e já começa a escurecer. O escuro da noite cai de repente como se jogassem um grande manto negro no céu.
O barqueiro passeia com a luz da lanterna entre uma margem e outra. Avistar os jacarés na água é incrível. Depois de uma hora de navegação o barco “corta” o motor e ficamos no meio do Rio Miranda, sob um céu maravilhosamente estrelado e apenas o barulho dos animais noturnos. A sensação de paz é indescritível. Hora de voltar, sem avistar a onça.
Antes da volta para Campo Grande, uma parada na Pousada do Lontra, exclusiva para pescadores. Vamos tentar a sorte nas quatro horas que ainda restam. Rio acima uma hora e parada total. O silêncio é a grande isca. Uma hora e meia depois um Pintado de quase 2 kg e meia dúzia de piranhas douradas.
Hora de voltar e preparar o almoço. A Pousada oferece toda estrutura para os pescadores, inclusive um verdadeiro “chef” que prepara o que foi pescado.
O sol, mesmo sendo inverno, castiga um pouco, mas é hora de voltar e trazer no coração a lição de que tudo faz parte de um todo e que a integração homem/natureza é o que pode haver de mais sagrado e perfeito.
E fica a dica … se você não conhece o Pantanal, conheça!