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Série Concertos Cripta da Catedral da Sé está de volta em 2023

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Destacando aspectos arquitetônicos, artístico e acústicos da Catedral da Sé, os Concertos Cripta estão retornando para uma série de apresentações. Nelas, o público poderá acompanhar musicistas consagrados e jovens talentos, interpretando obras que vão do século XV ao século XXI.

“Na seleção priorizamos a escolha de uma diversidade de estilos e instrumentos. Com isso, o público poderá assistir de perto atrações diferentes. Desde grupos que trabalham com música vocal medieval até aqueles que se dedicam à execução de música instrumental brasileira contemporânea”, afirma Camilo Cassoli, diretor geral dos Concertos Cripta.

Série Concertos Cripta da Catedral da Sé está de volta em 2023

Ingressos antecipados e no dia

Outra novidade em 2023 será a possibilidade de retirada on-line de ingressos antecipados. Em www.sympla.com.br/produtor/concertoscripta – 7 dias antes e até a véspera de cada concerto – público terá acesso a parte das entradas gratuitas. Uma hora antes de cada concerto entradas também serão distribuídas presencialmente na Catedral, ao lado da Secretaria. Todos os concertos também são transmitidos ao vivo nos perfis do Facebook e Youtube do projeto.

Temporada 2023

As apresentações começam em 18 de março, na Nave (espaço principal da Catedral), com o Quinteto BrassUka. (Para essa atração – dada a dimensão do local – não será necessária a retirada antecipada de ingressos.) Formado por trompa, tuba, trompetes e trombone, o BrassUka já realizou mais de 400 concertos, nos quais explora sutilmente as possibilidades dos metais com um repertório que vai do mais clássico ao inusitado. Na Catedral apresentarão obras de diversos períodos, com destaque para “O Trenzinho do Caipira”, em uma homenagem ao compositor Heitor Villa-Lobos, que faria 136 anos em março de 2023.

Série Concertos Cripta da Catedral da Sé está de volta em 2023

No dia 18 de março, às 16 horas, na Cripta, apresenta-se o Duo Ribeiro

Formado por Alexandre Ribeiro e Gabriel Ribeiro, respectivamente pai e filho, o grupo traz uma inusitada união da teorba (um instrumento medieval) com o violão, além de números com dois alaúdes. No repertório, estarão peças internacionais de compositores como Handel, Bach e Schubert. Além de clássicos brasileiros de Egberto Gismonti, Geraldo Ribeiro e Tom Jobim. Algumas das obras farão alusão aos elementos ligados aos rios, mares e chuvas, em lembrança ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. Os ingressos serão distribuídos de forma on-line e presencialmente na Catedral no próprio dia 18 de março, a partir das 15 horas.

Em 1º de abril, os Concertos abrem espaço para duas apresentações especiais ligadas à tradição da Páscoa na música. Ambas terão tradução simultânea na Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Às 13 horas Fernanda Ribeiro (soprano), Iara Ungarelli (viola da gamba) e Pedro Augusto Diniz (cravo) executarão um programa de música barroca francesa. O repertório foi composto para a Semana Santa por Monsieur Michel de La Lande, em 1730.

Nesta época, estava em voga a execução musical do Ofício das Trevas. Ele compreendia a entoação de excertos das Lamentações do Profeta Jeremias durante os três dias dolorosos da Semana Santa em memória da Paixão, morte e ressurreição de Cristo.

Na sequência, às 16 horas, o Grupo Musivale (composto por piano, soprano, mezzo-soprano, dois violinos, viola e violoncelo) executará o clássico Stabat Mater, de Giovanni Battista Pergolesi, compositor italiano que viveu entre os anos 1710 e 1736.

Calendário de concertos

Os concertos seguem ao longo dos dias 29 de abril, 3 e 4 de junho. Nas datas haverá as seguintes apresentações (todas na Cripta, e com distribuição de ingressos on-line e presenciamente):

29/4 às 13h – Quarteto Feminino de Trompas

29/4 às 16h – Camerata Archi

3/6 às 16h – 85CG DUO (duo de harpas)

4/6 às 13h – Eudóxia de Barros (piano solo)

4/6 às 16h – Trio Orama (violino, violoncelo, piano)

Realizada a partir do PRONAC 185199, a Série Concertos Cripta tem 30% das apresentações com tradução em LIBRAS. Mapa tátil, guia de visita audiodescrita e folder em braille são disponibilizadas pelo projeto. Além de barras de acesso nas escadas e assentos reservados para idosos, obesos e deficientes.

Série Concertos Cripta da Catedral da Sé está de volta em 2023

A série Concertos Cripta

Inicialmente concebido como parte das comemorações dos 100 anos da Cripta da Catedral da Sé (em 2019), os Concertos Cripta já apresentaram 39 diferentes atrações. Espaços da Catedral que nunca tinham sido abertos ao grande público receberam os espetáculos, todos com acesso gratuito e transmissão ao vivo por canais do projeto nas redes sociais (/concertoscripta) e indicados em www.concertoscripta.com.br.

Já se apresentaram nos Concerto Cripta grandes nomes e jovens talentos da música instrumental e do canto coral brasileiros como: Laércio de Freitas, Clara Sverner, Alessandro Penezzi, Caixa Cubo Trio, Duo Siqueira Lima, Pastoras do Rosário, Chico Brown, Salomão Soares, Coro Sinfônico de Goiânia e outros.

A Cripta da Catedral da Sé

Centenária, a cripta da Catedral da Sé de São Paulo foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1919 – seis anos após o início da construção do atual templo e oito anos após a demolição da antiga Sé.

Capela subterrânea que abriga 30 câmaras mortuárias, a cripta fica a 7 metros abaixo do nível da praça da Sé. Acessível por duas escadas localizadas nas laterais do altar-mor e presbitério da Catedral, a cripta tem 365 metros quadrados e foi projetada em formato de cruz. Na nave central, atrás das escadas, estão localizados os túmulos do Padre Diogo Antonio Feijó, regente do Império do Brasil entre 1835 e 1837, e do índio Tibiriçá, cacique da tribo tupiniquim que habitava a região de Piratininga na chegada dos portugueses, em 1554.

Além dos restos mortais de todos os bispos da fase diocesana de São Paulo (entre 1745 e 1908, quando a cidade ainda fazia parte da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro), está sepultado na cripta da catedral o Padre Bartolomeu de Gusmão, que inspirou um dos personagens principais do livro “Memorial do Convento”, do escritor português José Saramago. Acusado de bruxaria por seus contemporâneos e denunciado à Inquisição, Padre Bartolomeu é considerado o inventor do balão de ar quente.

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