A pandemia causada pelo coronavírus atingiu todos os países, praticamente paralisando a economia global. Todas os setores econômicos foram atingidos mas o turismo – pelas próprias características inerentes à atividade – foi um dos mais prejudicados.
Mas o que significa essa retração num setor que ano passado foi responsável por 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial? Para se ter uma ideia dos números, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) divulgou recentemente uma análise que mostra que cerca de 25 milhões de empregos em diversas empresas aéreas correm o risco de desaparecer com a queda na demanda por viagens aéreas devido à crise da Covid-19.
Segundo estudos realizados no setor de turismo, suas atividades impactam 32 outros segmentos econômicos. Ou seja, por suas características, a atividade precisa ser pensada de forma abrangente.
É fácil perceber, portanto, que é impossível estruturar estratégias para o setor sem reconhecer a importância da indústria de aviação, como citamos, assim como de outros setores que interagem e são necessários para ele acontecer.
O setor de turismo estimula a atividade econômica, gerando empregos também na hotelaria, na gastronomia e em muitas outras áreas que fazem parte da sua cadeia produtiva.
Por isso, o que temos defendido é que o melhor estímulo à atividade turística é fazer o país sair da crise. Não há soluções setorizadas. Elas podem ser necessárias para amenizar os problemas pontualmente, mas o melhor caminho será fazer o mercado voltar a trabalhar.
É sempre bom lembrar também que não existem soluções mágicas para problemas reais. Para resolvê-los é preciso, antes de tudo, partir de conceitos corretos para se diagnosticar e atacar o problema com eficiência, obtendo assim os melhores resultados possíveis.
O momento exige muita cautela e estratégia. Por isso, seguimos firmes acreditando que o melhor caminho para a retomada do turismo – quando as atividades puderem ser normalizadas – é fazer a economia voltar a funcionar, pois dessa forma o crescimento e o progresso chegarão naturalmente em todos os setores econômicos, cabendo a cada um deles estar preparado para atender seu público.
Artigo de Nelson de Abreu Pinto, presidente da Confederação Nacional do Turismo
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