O turismo perdeu 384 mil postos formais de trabalho em 2020. O número corresponde a 45% do total de vagas fechadas na economia brasileira até agosto. O setor respondeu por quase metade dos empregos perdidos, mesmo respondendo por apenas 4% das carteiras assinadas do país.
A perda nas atividades características do turismo (ACTs) atingiu 19% do total de postos no setor. A redução percentual foi mais de 10 vezes superior à da economia como um todo, que chegou a 1,8% do total de carteiras assinadas (redução de 849 mil empregos).
Apesar do emprego da economia ter começado a se recuperar a partir de julho, a queda no setor de turismo não parou. Em agosto, o número de demissões no setor superou o de contratações em 17 mil.
Dentre as atividades características do turismo, os serviços de alimentação foram os mais atingidos em termos absolutos. A perda chegou a 236 mil postos formais de trabalho. Em termos relativos, a atividade mais impactada foi o agenciamento de viagens.
As 20 mil empregos perdidos em agências e operadoras representam 29% do total de empregos formais que existiam no segmento no começo do ano. Na hospedagem, foram fechadas 75 mil vagas, o equivalente a 25% do total. No transporte rodoviário, o saldo foi de 28 mil demissões (14% do total).
Já no transporte aéreo, apesar das demissões terem ganhado escala somente a partir de julho, até o fim de agosto elas já acumulavam 8 mil, o que equivale a 13% do total de empregos no setor.
As estatísticas do turismo foram estimadas pelo Grupo de Pesquisa em Economia do Turismo da Universidade de São Paulo a partir de dados do Novo Caged e da Rais.
Para facilitar o acesso aos dados, o grupo lançou um dashboard inédito que permite a análise da situação do emprego no turismo de maneira atualizada, detalhada e dinâmica. O interessado pode consultar as estatísticas por atividade econômica, unidade da federação e período. O dashboard está disponível em http://each.usp.br/turismo/pet/.