O setor de viagens corporativas praticamente retomou em março deste ano o faturamento do mesmo mês de 2019, ou seja, período antes da pandemia, evento que prejudicou os negócios em 2020 (principalmente) e 2021.
No mês passado, o faturamento de todos os segmentos de viagens corporativas atingiu R$ 869 milhões, apenas 2% abaixo da marca de março de 2019, quando registrou R$ 890 milhões. No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o resultado foi de R$ 1,856 bilhão, ainda assim 27% abaixo dos números de 2019.
Segundo o estudo, o faturamento está crescendo, mas o número de viajantes não segue o mesmo ritmo e registrou queda de 40% em março em relação ao mesmo período de 2019. ”O total de bilhetes emitidos tem uma relação direta com a inflação do setor e alta dos preços, que está sendo liderado pelo setor aéreo, cujo peso no volume de transações em viagens é de quase 70%”, afirma Gervásio Tanabe, presidente executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp).
“Além disso, há uma nova tendência de redução de viagens aéreas mais curtas de alguns setores, visando a otimização do tempo, que se intensificou com a pandemia e o trabalho home office. As viagens mais longas estão retomando o seu ritmo, além de outros setores como infraestrutura, agro e logística que têm demandado muita movimentação”, completou o presidente executivo da Abracorp.
Segundo os estudos da Abracorp, que analisa 11 setores do mercado, no mês de março, todos crescerem em relação ao mesmo período de anos anteriores. Serviços aéreos faturaram R$ 576 milhões, frente a R$ 300 milhões em fevereiro e R$ 577 milhões em março 2019. Outro segmento positivo foi o de hotéis, que faturou R$ 225 milhões, ficando acima portanto dos R$ 218 milhões em 2019.
“São boas notícias, sem dúvida, porém os resultados das agências corporativas não acompanham esse crescimento no faturamento do setor, em razão da elevação dos custos operacionais e dificuldade na contratação de mão de obra, que afetam sua produtividade”, diz Tanabe
O setor de agências de viagens chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021, em razão da retração das viagens corporativas. Em 2022, porém, na avaliação da Abracorp, já se espera uma recuperação dos empregos, que vêm sendo retomados desde o início deste ano.
Alguns desafios pela frente são conseguir trazer esses trabalhadores de volta e conseguir o equilíbrio sustentável diante da alta de preços. Isso tem impacto no custo dos serviços prestados pelas TMCs e outro, que o cliente aplique, definitivamente, os princípios sociais e de governança (da ESG), e assuma um papel protagonista no cenário, apoiando essa retomada de um setor muito debilitado economicamente.